Quem está acostumado a comprar frutas e verduras em frente ao Relógio de São Pedro ou na Rua Coqueiros da Piedade terá que pechinchar na Rua 21 de Abril. É que, pelo projeto de reordenamento do comércio informal na Avenida Sete de Setembro, os ambulantes serão distribuídos em locais temáticos. “A Rua 21 de Abril já está definida como comércio de frutas, porque é o que mais se vende no local”, explicou Rosemma Maluf, secretária municipal da Ordem Pública (Semop). Segundo ela, o projeto está em fase de finalização e ainda não estão definidas as outra áreas temáticas.
“Outras localidades vendem mais folhas, sequilhos, roupas, vamos tentar aglutinar por segmento, vamos criar uma identidade visual para cada rua”, completou Rosemma. O prazo ainda não está definido, mas, pelo projeto, a Avenida Sete de Setembro ficará livre para a circulação de pedestres, assim como a Praça Rio Branco, onde fica o Relógio de São Pedro. O projeto foi definido na quarta-feira por representantes dos ambulantes em conjunto com a Semop. Foram definidas 12 ruas transversais, nas quais 966 ambulantes serão distribuídos (veja mapa abaixo).
“O comércio entende que a cidade precisa ser organizada. Do jeito que está hoje, a cidade está indisciplinada. E o interessante é que o próprio ambulante reconhece esse esforço”, afirma Luiz Baqueiro, presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, responsável pela elaboração do projeto.
Segundo Rosemma, com o reordenamento na Avenida Sete, cerca de 2 mil ambulantes não-licenciados vão retornar ao local de origem.
“Na Avenida Sete são 730 ambulantes licenciados e criamos mais 200 vagas, que vão atender a demanda da região. Tem gente com licença de outras áreas, como exemplo alguns vendedores de frutas, que são oriundos da Feira de São Joaquim e da Sete Portas”, explica Rosemma. “Outras bancas são de lojistas, que encontraram nessa forma uma alternativa para não ter prejuízo com a presença dos ambulantes”, complementa.
A secretária disse também que os ambulantes que vendem produtos contrabandeados e pirateados não entram no planejamento da Semop.
modelo Os modelos a serem utilizados no reordenamento são barracas desmontáveis (1,05 x 0,80 m), barracas de frutas (1,50 x 0,80 m) e tela de exposição (1,80 x 0,70 m). Para evitar as lonas de plástico, as barracas terão coberturas fixas. “Não estamos falando de luxo, mas um ordenamento com cuidado estético. Foi uma solução emergencial. Existem projetos mais adequados, de longo prazo, que exigem recursos expressivos, como camelódromos, mas no momento a prefeitura não dispõe desses recursos devido à administração anterior”, justifica Rosemma.
“Se o projeto for realmente colocado em prática, vai ser um shopping center a céu aberto. Vai ter requalificação do piso, iluminação do local, área para nós fazermos eventos e cobertura de acrílico”, declarou Marcos Luiz Neves de Almeida, presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes da Região Metropolitana de Salvador. A entidade tem 2.686 ambulantes cadastrados, dos quais 600 atuam na Avenida Sete. Já Arismário Neves Brandão, presidente da Associação dos Trabalhadores Informais (Assinformal), disse que o projeto não favorece os ambulantes. “A Rua do Cabeça está cheia. O Beco do Mucambinho é hoje banheiro público. Os locais são apertados demais para a quantidade de ambulantes. Esses e outros locais são de pouco movimento”.
Prefeitura quer que projeto seja modelo para outras áreas O prefeito ACM Neto quer que o projeto da Avenida Sete sirva de modelo para outros espaços. “Existem pontos definidos como rodoviária, Rótula da Feirinha de Cajazeiras e a região da Lapa, mas ainda não há previsão. Depois que começar o da Avenida Sete e tiver êxito, a gente continua”, afirmou ontem, durante inauguração de uma escola na Avenida Barros Reis. A secretária municipal da Ordem Pública (Semop), Rosemma Maluf, afirmou que já foram iniciados os contatos com lideranças de São Cristóvão e Largo da Calçada, que devem ser as próximas áreas a serem reordenadas pela prefeitura. “Nosso objetivo não é tirar o ganha-pão de ninguém. Queremos organizar o espaço público para o cidadão. Antes de qualquer ação, estamos fazendo um processo educativo e orientador buscando uma solução conjunta”. Ainda segundo ela, o comércio nas passarelas também acabará. “Não será mais permitido. É questão mais de segurança pública”, afirmou a secretária. Matéria original: Correio 24h Projeto prevê alterações no comércio da avenida Sete
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