O segundo protesto do Sindicato dos Rodoviários, que iniciou na manhã desta sexta-feira (16) com a "Operação Tartaruga" continua na região do Iguatemi, próximo ao Hospital Teresa de Liseux. A ação iniciada na avenida Luis Anselmo, em frente à Grande Bahia, chegou ao fim por volta das 11h. Como aconteceu ontem (15), os motoristas dos ônibus seguiram apenas pela faixa da direita, em fila, e parando em todos os pontos causando engarrafamentos na avenida Luis Anselmo nos dois sentido. Ontem um grande congestionamento foi gerado no entorno da Estação da Lapa, depois que os rodoviários resolveram fazer o mesmo protesto, revoltando a população. Alguns passageiros chegaram a descer dos ônibus e seguiram o restante do destino caminhando. ConfusãoApesar do protesto do sindicato ser pacífico, a situação na manhã de hoje acabou gerando outros problemas em frente a Grande Bahia. Segundo informações de agentes da Transalvador, um dos funcionários do órgão foi encaminhado até o local para auxiliar o tráfego e a manifestação, mas acabou sendo agredido por membros do sindicato. O agente do órgão teria chegado ao local e impedido que os manifestantes de bloqueassem toda a rodovia. Os mebros do sindicato teriam se indispostos com o agente e acabaram agredindo o funcionário da Transalvador e tomado posse do capacete e da chave da moto. Ainda segundo colegas do agente, a Polícia Militar foi chamada para resolver o problemas, mas eles teriam fugido do local. A redação do correio24horas tentou entrar em contato com os membros do sindicato por telefone, mas ainda não obteve retorno. Só este ano, mais de 50 mil multas foram pagas por rodoviáriosJorge Gauthier | Redação CORREIO Por dia, só este ano, 210 ônibus foram multados, em média, na capital baiana. A maioria é multada por excesso de velocidade e invasão de sinal vermelho - foram 50.426 entre janeiro e agosto deste ano, segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador). Mas, também são multados por não parar nos pontos ou por estacionar de forma irregular. As multas são descontadas pelas empresas de transporte dos salários dos motoristas. Mesmo tendo assinado contratos de trabalho que validam os descontos, ontem, a cobrança foi motivo de protesto de trabalhadores ligados ao Sindicato dos Rodoviários da Bahia. Eles interditaram o acesso à Estação da Lapa pedindo revisão das cobranças. “Por contrato, os motoristas têm que pagar as multas, mas elas têm que ser compatíveis com os salários dos trabalhadores. Não quero dizer que os companheiros não devem cumprir as normas de trânsito e transporte, mas não podemos pagar multas com altos valores de uma vez só”, reclama Manoel Machado, presidente do sindicato. O motorista de ônibus da empresa São Cristóvão Pedro Celestino, 37 anos, sentiu esse peso no orçamento. “Ganho R$ 1.316, mas este mês vou receber R$ 800 a menos para pagar uma multa de excesso de velocidade”, reclama o rodoviário. Ele ressaltou que no referido dia da multa o tacógrafo (equipamento instalado dentro dos ônibus para aferir a velocidade do veículo) mostrou que eu estava 10 km abaixo da velocidade permitida. Machado explica que os trabalhadores acabam recebendo as multas por questões que estão fora do controle. “O excesso de velocidade, muitas vezes, é resultado da pressão por cumprirmos horário, mas a cidade está sempre engarrafada. É impossível cumprir horários. Os fiscais da Transalvador multam e a empresa bota na nossa conta”, diz. ArgumentosO diretor de Transporte da Transalvador, Marcus Flores, explicou que o órgão de trânsito não multa o motorista e sim o ônibus, ficando a critério de cada empresa a forma de negociação. As reclamações de cobrança em folha são improcedentes, segundo o diretor de relações sindicais do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro. “Se qualquer indivíduo cometer um ato no trânsito que resulte em uma multa ele tem que pagar por essa infração. No caso dos motoristas, essa conta não pode ser da empresa. A multa não é do ônibus é do condutor”, explica Castro. Sobre os parcelamentos, ele indica que não há argumentação nem pressão por parte do cumprimento de prazos e horários. “Se o motorista estivesse em seu carro particular não teria como parcelar o débito. Não há pressão no cumprimento de horários. E, se o rodoviário tem algum problema, tem que procurar a empresa e nós não fomos procurados para discutir isso”. DefesaOs rodoviários reclamam ainda que não têm como recorrer das multas. “As empresas dizem que a multa é culpa dos motoristas e não dão tempo para a gente recorrer. Temos que tirar o pão da boca dos nosso filhos. Eles têm que cobrar um valor tolerável para os pais de família”, diz Machado. O diretor de relações sindicais do Seteps retruca. “Damos todo tempo para os profissionais recorrerem quando eles estão com motivos para recorrer, mas se há uma foto de radar mostrando uma invasão de sinal ou um excesso de velocidade não tem o que argumentar. O diálogo sempre está aberto”, esclarece.
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