A fila que chegava até a Praça de Alimentação do Shopping da Bahia, na tarde de sábado (21), impressionou quem foi curtir o escurinho do cinema. A maioria dos espectadores estava lá para assistir a Cinquenta Tons de Cinza, drama erótico baseado no best-seller da autora inglesa Erika Leonard James, publicado em 2011.
E olha que a película não está concorrendo ao Oscar (a cerimônia acontece na noite deste domingo (22), mas levaria fácil a estatueta se a capacidade de lotar todas as sessões fosse uma das categorias. "Você acredita que tem gente que já assistiu este filme umas cinco vezes? É sério! Estou te dizendo, está estourado mesmo", é o que garantiu Charles Oliveira, auxiliar de operações do UCI Orient Shopping da Bahia, em meio ao frisson.
Até agora, "Cinquenta Tons de Cinza" já arrecadou R$ 893 milhões no mundo todo - nada mal para uma produção que teve orçamento de R$ 115 milhões. No Brasil, o romance foi visto por mais de 3 milhões de brasileiros, em apenas uma semana, e já soma mais de R$ 45 milhões em bilheteria.
Em Salvador, apesar de não haver ainda dados concretos por parte dos cinemas, o fato é que a lotaçao das salas tem variado de 80% a 100% da capacidade. O longa estreou no dia 12 de fevereiro, portanto, em pleno início do Carnaval, na capital baiana.
"O filme tem dominado a preferência do público e, de certa forma, até nos surpreendeu, principalmente durante o Carnaval, quando o movimento costuma ser mais fraco por conta da folia. Desde a estreia, estamos com todas as sessões lotadas", confirmou a gerente das salas de cinema do Shopping da Bahia, Adriana Guimarães.
Na trama, Christian Grey (Jamie Dornan) é o milionário sadomasoquista que seduz a ingênua Anastasia Steele (Dakota Johnson) e a conduz a um mundo de perversões sexuais - incluindo dor física. Mas não foi só Anastasia que se rendeu aos encantos de Mr. Grey.
A estudante Diana Passos foi assistir ao filme pela segunda vez e confessou ainda que irá a terceira, por conta do 'efeito Grey'. "Venho só para ver ele. É muito lindo! Eu vou voltar para assistir de novo quantas vezes estivar em cartaz", empolgou-se.
As amigas Ana Marques e Erica Matos foram juntas, também seduzidas por Grey. "Minha amiga falou que o ator é tão bom, fez tanta propaganda, que a gente não resistiu". Único homem do grupo, o estudante Jacson Júnior disse que foi "rebocado" pelas amigas. "Fui arrastado por essas três loucas", brincou.
Vergonha
A equipe do CORREIO observou também que tinha quem não admitisse que iria assistir ao filme, mas que foi flagrado no escurinho do cinema. "Acho que tem um pessoal que fica com vergonha, porque a história é mais quente, né?", afirmou uma funcionária do cinema, que não quis se identificar.
No entanto, tinha gente, como o estudante Breno Improta, primeiríssimo na fila e fã assumido do livro, na maior expectativa para conferir a versão para o cinema. "Desde que eu li a primeira página, eu espero por esse momento", disse ele, que aguardava ansioso, quase uma hora antes de a sessão começar.
Já fora das quatro paredes do cinema, o casal Hipólito Xavier e Bárbara Rocha matou a vontade de ver o longa, depois de enfrentar a fila enorme para comprar o ingresso. "Eu adorei o filme, vale a polêmica que ele gerou. Só fiquei na expectativa de um final feliz", opinou Bárbara.
Hipólito confessou que não gostou muito. "Achei uma realidade muito estranha", disse, mas foi logo rebatido pela esposa: "Ele não gosta muito de filmes românticos". "Não é isso, eu sou romântico, tanto que eu só vim por causa dela", defendeu-se.
Mesmo sem uma direção espetacular, sem uma história surpreendente ou artistas consagrados como Bradley Cooper, Michael Keaton ou Julianne Moore - todos indicados ao Oscar 2015 -, "Cinquenta Tons de Cinza" atiçou a curiosidade dos baianos, que já aguardam pela sequência da trilogia, com 50 Tons Mais Escuros e 50 Tons de Liberdade.
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