Uma confusão envolvendo uma viatura da Polícia Militar e um ônibus da empresa Dois de Julho, que fazia a linha Vila de Abrantes/Terminal da França deixou o trânsito todo travado na região do Comércio na manhã desta segunda-feira (28). O motorista do ônibus, Ênio de Jesus, acabou sendo levado para a 3ª Delegacia (Bonfim) algemado, no fundo da viatura. Em protesto, os rodoviários ficaram com os ônibus parados no local, obstruindo o trânsito na região. A situação só foi normalizada por volta das 10h.
A confusão ocorreu por volta das 6h15, na Avenida Jequitaia na altura do Terminal de São Joaquim. De acordo com a cobradora do ônibus, Iolanda Almeida, tudo começou quando a viatura com três policiais atravessou na frente do ônibus e os policiais desceram e pediram que o motorista do ônibus apresentasse o documento de habilitação.
Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO |
O motorista teria perguntado qual era o procedimento, ficado nervoso e fechado a porta do ônibus. Em seguida, abriu a porta, os policiais teriam entrado no veículo e retirado o motorista de dentro. "Ele foi puxado pela camisa, recebeu um tapa no braço, foi algemado e colocado no fundo da viatura", contou a cobradora, que foi junto para a delegacia, acompanhando o motorista. "Eles colocam a farda e esquecem que são gente. A gente é humilhado no ônibus todos os dias", lamenta.
Já o motorista conta que os policiais chegaram soltando palavrões e diziam que estavam fazendo o trabalho deles. "Estou me sentindo muito humilhado. Só estava trabalhando e aconteceu tudo isso. Não estou nem conseguindo falar direito porque estou com a cabeça atordoada", comentou. O CORREIO solicitou o posicionamento da Polícia Militar sobre o caso, mas ainda não teve retorno. No momento em que ocorreu a confusão, o ônibus estava vazio e seguia para a garagem. "Todo mundo se uniu, nossa classe é realmente muito unida", acrescentou Ênio de Jesus. Os rodoviários só saíram do local após o retorno do motorista, que voltou acompanhado do presidente do Sindicato dos Rodoviários da Região Metropolitana (Sinmetro), Valter Luís Ferreira. "O que acontece com um acontece com todos. Ele jamais ia parar uma viatura, ela estava sendo perseguido por uma moto. Foi um absurdo colocar um trabalhador algemado dentro de uma viatura", afirmou.
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