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SALVADOR

Seca nas barragens do sistema Joanes deve causar racionamento

Presidente da Embasa disse que a suspensão no abastecimento provavelmente ocorrerá dentro de 45 a 60 dias, caso não chova nessas barragens em abril e maio

Redação iBahia • 12/04/2017 às 20:54 • Atualizada em 31/08/2022 às 21:53 - há XX semanas

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O nível crítico do sistema Joanes, responsável por 15% da vazão que abastece a capital, pode ser o grande responsável por um futuro racionamento em Salvador e Região Metropolitana. A barragem do Rio Joanes I está com 68% do seu volume útil e Joanes II está apenas com 8,08%. A afirmação foi feita pelo presidente da Embasa, Rogério Cedraz, na manhã desta quarta-feira (12).
“A gente tem uma situação bem crítica de abastecimento em Salvador. As chuvas que têm caído dão a falsa impressão de que a situação está se regularizando, mas ela não cai onde a gente precisa, que é mais para dentro do continente. O risco existe e a gente vem trabalhando com essa possibilidade”, afirmou Cedraz, citando o possível racionamento de água na capital.
O governador Rui Costa apontou que, com as chuvas dos últimos dias na RMS, o nível das barragens não aumentou. No máximo, "parou de cair", segundo ele.
Foto: Matheus Pereira/Secom
Imprevisibilidade
Enquanto o diretor de abastecimento da Embasa, Carlos Ramirez, trabalha com a possibilidade de fornecer água três dias sim e um não, conforme noticiado hoje pelo CORREIO, o presidente Rogério Cedraz trabalha com uma previsão mais branda, que é de seis dias com água e um não. Segundo ele, o funcionário se antecipou, pois os estudos da empresa sobre o racionamento ainda não foram concluídos.
O presidente ressalvou que não há como ser preciso na previsão de início do racionamento nem na sequência de dias com e sem abastecimento, somente no fato de que a suspensão temporária do abastecimento é uma possibilidade real.
“Mesmo que não haja chuva, dias nublados em que você diminui a evaporação podem prorrogar esse prazo”, disse Cedraz, que explicou que este fenômeno natural é o maior responsável pela perda de água nas barragens.
Cedraz afirma que a Embasa trabalha com a possibilidade de que, se não houver mudanças nesse cenário de baixo nível nas barragens de Joanes, o racionamento pode até ser antecipado. A primeira possibilidade trabalhada era de esta suspensão temporária no abastecimento de água acontecer em 60 dias, mas ele admitiu que este prazo pode ser ainda menor, de 45 dias, caso não chova nos meses de abril e maio.
Os meses acima citados são aqueles em que há maior quantidade de chuva em Salvador e Região Metropolitana, onde estão localizadas as barragens de Joanes. Mas, por causa da imprevisibilidade das precipitações, tudo pode acontecer.
Segundo o presidente da Embasa, a Bahia está vivendo um ano atípico em termos de precipitação. “Nós temos índices de chuva menor que todo o histórico. Na Região Metropolitana de Salvador, no ano passado choveu metade do que era esperado para o ano e este ano a recarga de água esperada não aconteceu”, disse.
Medidas para evitar o racionamento
Para evitar que seja necessário fazer o racionamento de água, a Embasa deu início à perfuração de 18 poços artesianos para reforçar o abastecimento, o que totaliza um investimento de mais de R$ 50 milhões. “A questão é que pode acontecer algum problema antes da conclusão dos serviços e a gente pode ter realmente um período de desabastecimento de água”, disse Cedraz.
Além disso, estão colocando pontos extras de captação de água nas represas, com bombas flutuantes. Uma operação conjunta com a Secretaria de Segurança Pública também foi deflagrada para combater as ligações clandestinas, os populares gatos, que consomem em média 30 ou 40% a mais do que as ligações legais.
A diretora de engenharia da Embasa, Rita Bonfim, explicou que já foi feita uma obra emergencial para melhorar a situação da barragem de Joanes II, que foi a transposição de água da Barragem de Santa Helena para este outro reservamento.
Outras obras já estão previstas para melhorar a situação do abastecimento de água em Salvador. Uma delas, cuja licitação acontece no próximo dia 2 de maio, é para aumentar o volume de água que vai de Pedra do Cavalo até Salvador.
A Embasa está em busca ainda de um empréstimo de R$ 300 milhões do Banco do Nordeste para dar início imediato a uma obra de barramento do Rio Pojuca e de construção de uma adutora que leve água deste manancial até a capital baiana. Segundo o governador Rui Costa, a intervenção deve ficar pronta em um ano.
A segunda intervenção está prevista para o próximo ano e está em fase de captação de recursos. Seria uma adutora que traria água do Rio Jacumirim para a Barragem de Santa Helena, diminuindo de 30 a 40% o volume de água que vem da Barragem de Pedra do Cavalo para a capital. Segundo o secretário de Infraestrutura Hídrica, Cássio Peixoto, após esta obra ser concluída, mais água deste reservatório poderia ser destinada à região do Semi-Árido.
O governador Rui Costa disse que o estado investiu 9 bilhões em água e saneamento nos últimos nove anos. Porém ele ressalvou que todos estes investimentos não descartam a necessidade de colaboração da população: fazendo uso racional da água e denunciando casos de desperdício e uso irregular do líquido.
Sem água em pleno século XXI
O governador Rui Costa vistoriou na manhã desta quarta-feira (12) as obras do Centro de Reservação R23 B, que melhorarão o abastecimento de água no município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e da localidade de Fazenda Cassange, em Salvador.
Apesar de estarmos no século XXI, em Fazenda Cassange o abastecimento de água é feito com carros pipa, que vão quinzenalmente até lá. Segundo a liderança comunitária Rosenice Ferreira, cada casa tem direito a um abastecimento de somente 500 litros.
“Antes, a gente tinha poço artesiano, mas eles estão secando”, conta a moradora. Ela revela que a água não é suficiente para o período e que geralmente as pessoas tem que comprar água mineral ou pedir o resto da água dos vizinhos que sobrou.
A obra consiste em dois reservatórios de 8.700m³ e de um outro elevado de 500m³. A intervenção também contempla uma adutora de 9,5 km que vai levar água até a Fazenda Cassange, em Salvador. O sistema já está 77% concluído e deve ficar pronto em dezembro deste ano.
Também está em obras o reservatório R23 A, que será ampliado com a implantação de mais um reservatório de 8.700 m³. Juntas, as duas construções serão capazes de dobrar a capacidade de reservação de água de Lauro de Freitas.

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