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SALVADOR

Sequestro revela perigo que ronda área de alto padrão na Pituba

Uma garota de apenas 5 anos sequestrada a poucos metros de casa, numa região onde o preço de um apartamento pode chegar a R$ 2 milhões

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25/08/2012 às 10:50 • Atualizada em 28/08/2022 às 5:09 - há XX semanas
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Um crime atípico. Este foi o termo utilizado pelo delegado Nilton Tormes, titular da 16ª Delegacia (Pituba), para falar do sequestro de uma garota de 5 anos, levada por dois homens na quarta-feira quando saía do Edifício Amazon, no Loteamento Aquárius. Segundo Tormes, o sequestro de uma criança não é bem aceito entre os bandidos. “Entre os marginais, o código de ética foi ferido e eles vão ter que acertar contas”, afirma o delegado. A menina foi sequestrada por volta das 13h, quando estava saindo do prédio com a babá para ir à escola. Os dois criminosos se aproximaram em um Astra branco e levaram a criança, que passou pouco mais de 24 horas em cativeiro. De acordo com a polícia, ela foi liberada na noite de quinta-feira, logo após o pagamento do resgate pedido pelos sequestradores, cujo valor não foi divulgado. Tormes contou que a menina foi deixada perto de sua residência, o que, mais uma vez, não é uma atitude comum em sequestros. ResgateAinda segundo a polícia, para devolver a criança, os bandidos exigiram que o pai da menina se mantivesse distante do prédio onde a família mora, circulando de carro pelo bairro. Apesar da família ter pedido à polícia que não se envolvesse no caso, o delegado afirma que uma equipe esteve sempre de prontidão. “A polícia está investigando, agora que a vítima está em segurança”, diz. Imagens da câmera de segurança do edifício serão utilizadas para auxiliar na apuração do caso. Nenhum dos envolvidos foi preso até o momento. Em entrevista coletiva concedida ontem para falar do caso, Nilton Tormes afirmou que sequestros não são comuns no Loteamento, onde o preço de um apartamento varia entre R$ 300 mil e R$ 2 milhões. MedoSe sequestros são raros na região, outros crimes têm incomodado muitos moradores e quem trabalha por ali. “A violência cresceu. Estava comprando palavra-cruzada quando ouvi falar do sequestro”, afirma o taxista Gerson Martinho, que costuma trabalhar na região. “Durante o dia, não tenho medo de ficar no ponto, mas à noite sim, porque a barraca já foi assaltada”, conta Martinho, apontando uma barraca em frente à fila de táxi. Trabalhando no Aquárius há dois anos, Edmilson Cunha, 31, dono de uma banca de revistas, já foi alvo dos bandidos. “Em junho, fui roubado duas vezes na mesma semana. Eram umas oito da noite. Dois elementos sacaram a arma e disseram que iam me matar e levaram o dinheiro”, relata ele, que afirma ter registrado a ocorrência na 16ª DP. O crime também já alcançou uma loja de conveniência do loteamento. “No mês passado, foram três assaltos em 15 dias. Eram os mesmos meninos, aparentando ter 15 e 16 anos”, conta o caixa Fábio Oliveira, que também já foi vítima nas ruas próximas. “Levaram dinheiro. De uns dois meses pra cá só aumentou o pessoal assaltando pedestres”, observa ele, que reclama do policiamento. “A polícia passa de vez em quando, todos os dias, mas não constantemente”. Para a cabeleireira Emanuela Santos, que mora no IAPI e trabalha num salão no Aquárius, o loteamento está mais inseguro dos que os bairros periféricos. “Os crimes aumentaram, sem dúvida. Os policiais vêm aqui uma vez na vida, assalto é toda hora. Não é essa calmaria, é meio sinistro. No meu bairro, me sinto mais segura que aqui”, compara. Sua colega de salão Clécia Conceição aponta um dos fatores que podem facilitar as ações dos bandidos. “Essas ruas aqui são muito desertas. A iluminação é péssima, só tem um poste que ilumina o início da rua”, diz. Quem mora no local também teme pela própria segurança. A servidora pública Pauline Bezerra gosta do loteamento, mas considera as ruas perigosas. “É um bairro ótimo, mas com histórico de insegurança”, avalia. Apesar de nunca ter sido vítima de nenhum tipo de crime, ela conhece muitos vizinhos que, no bairro, não tiveram a mesma sorte. “Uma amiga minha estava conversando com uma colega no carro e uns homens assaltaram e levaram o carro”, conta. Hoje, Pauline evita circular a pé pelo loteamento, sobretudo à noite. “Normalmente saio com o carro. De tarde, como tem muito comércio, prédio de escritórios, muitos carros nas ruas, então ainda dá para sair andando. De noite, não”. Área será monitorada O Loteamento Aquárius deve ganhar em breve segurança privada. É o que afirma Marco Chompanidis, diretor do Grupo Fator, responsável pela construção dos 30 prédios da região. “A segurança é muito importante para a empresa”, diz Chompanidis. Segundo o executivo, o planejamento das ações já está em fase de finalização. “Todos nós podemos contribuir. Estamos discutindo um projeto de monitoramento com câmeras externas ligadas aos órgãos competentes. É possível que as pessoas vejam as imagens em casa. Isso causa uma inibição, poderemos identificar e facilitar o trabalho da polícia”, observa ele. “Temos pensado e já tivemos duas reuniões com o major Guimarães, comandante da 35ª CIPM, que se colocou à disposição para qualquer tipo de suporte”, destaca. De acordo com Chompanidis, já está marcada para a próxima semana uma reunião entre os síndicos dos edifícios do loteamento para discutir asegurança. Segundo informações da 35ª CIPM, são realizados patrulhamentos com carros e motos, com abordagens durante 24 horas em toda a área coberta pela Companhia, que engloba ainda Avenida Tancredo Neves e Caminho das Árvores, por exemplo. Especificamente sobre o Aquárius, a 35ª CIPM informa que após uma reunião com os moradores, foi intensificado o policiamento e a ronda é feita com um carro e duplas de policiais a pé. Bairro das saidinhasA Pituba e seu entorno, que inclui o Loteamento Aquárius, sofre com crimes contra o patrimônio. A região é bastante afetada com as saidinhas bancárias. Mesmo não havendo números da polícia que permitam afirmar qual bairro lidera este tipo de crime, o Sindicato dos Bancários afirma que a Pituba é dos piores da cidade: só este ano, de janeiro a julho foram registradas 100 saidinhas no bairro, segundo dados do sindicato. Além disso, o bairro está em 3º lugar no ranking de roubo de veículos em Salvador, com 138 ocorrências do início do ano até o dia 21 de agosto, de acordo com registro diários divulgados no site da Secretaria de Segurança Pública. O bairro fica atrás somente de Brotas (226) e Cabula (148). O pior mês com relação a roubos de carros na região foi março, quando 26 veículos foram levados pelos bandidos. Depois disso, o índice caiu: 16 (abril), 18 (maio), 15 (junho), 16 (julho) e 13 (agosto, até o dia 21). De acordo com o delegado Nilton Borba, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), a polícia “apertou o cerco” na região nos últimos meses, o que contribuiu para essa redução. Matéria original: Correio 24h Sequestro revela perigo que ronda área de alto padrão na Pituba

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