Em um mundo tão corrido, onde tudo passa em um segundo, vale dedicar, nem que seja um minutinho, a uma volta ao passado. Se bateu saudade de ouvir um vinil ou de ter na parede aquele retrato de um parente querido, nos moldes antigos, você vai gostar de descobrir uma Salvador vintage. Na cidade é possível conhecer uma rota que sobreviveu ao tempo. Imprimimos um olhar nostálgico e demonstramos que o passado não volta, mas dá para fazer uma viagem até ele.
Na Vintage Vídeos dá para locar filmes que não encontramos nos serviços por assinatura
(Foto: Angeluci Figueiredo/CORREIO)
Universo dos clássicos Uma portinha é capaz de te transportar para um mundo vintage, onde é possível assistir a filmes clássicos que não encontramos nos serviços de assinatura de filmes e séries, como a Netflix. Foi pensando nesse público nostálgico que, há seis anos, uma pequena locadora na Barra despontou no mercado. Com um nome característico, Vintage Vídeos, o estabelecimento oferece mais de 7 mil títulos, entre sucessos antigos e lançamentos. “Aqui, você encontra tesouros como o filme mudo O Encouraçado Potemkin (1925), do cineasta russo Serguei Eisenstein”, revela Marcos Gama, um dos proprietários. Um grande atrativo do espaço é a divisão dos filmes por diretores e gêneros. Os selos (em vermelho e dourado) também indicam se o longa metragem é um clássico e se é mais difícil de ser encontrado. Os preços para o aluguel variam entre R$ 5, R$ 6 e R$ 7, dependendo da escolha. Vai lá: Rua Cézar Zama, 180, loja 3, Barra. Telefone: 71 3331-6596
A arte de José Perez, que inclui a pintura sobre a fotografia antiga, sobrevive ao tempo
(Foto: Angeluci Figueiredo/CORREIO)
Fotos de famíliaSe fecharmos os olhos e voltarmos ao passado, vamos lembrar que toda casa tinha uma foto de família na parede. Quem quiser resgatar essa tradição e imortalizar memórias pode recorrer à técnica de restauração fotográfica, uma arte que o paulista José Perez, 83 anos, domina. “É um trabalho praticamente extinto, já que vivemos na era digital e estamos falando de um processo completamente manual”, explica. Ele chegou à Bahia nos anos 50 e desde então exerce o ofício, que funciona da seguinte maneira: a pessoa leva uma foto antiga e ele reproduz em proporções maiores, usando técnica de pintura na imagem, o que garante aquela estética antiga. Exatamente como no passado, quando a fotografia era em preto e branco e podíamos observar a imagem rica em detalhes coloridos feitos com tinta especial. Em um mundo tão digitalizado, nada como reviver o passado com a arte de seu José, que cobra, em média, R$ 200 para fazer o restauro já com a moldura. Vai lá: Rua Professor Rômulo Almeida, 110. Telefone: 71 3276-0458
Passado e presente se encontram na V V Produções
(Foto: Angeluci Figueiredo/CORREIO)
Fita cassete, VHS e vinilTudo começou há 13 anos, quando Angelo Fernandez abriu um espaço dedicado à venda e locação de fitas VHS. Com a chegada da tecnologia e o fim desse tipo de produto, a casa mudou o foco e se especializou em reverter essas peças para a mídia digital. “O cliente pode escolher entre os mais de mil itens que faço a remasterização. Custa R$ 20”, conta Angelo. Colecionadores ainda vão ao espaço para comprar as peças, mas nem todos estão à venda. Na V V Produções, você também pode comprar vinil ou ainda digitalizar aquele que quiser por R$ 10. Entre os discos, encontramos Gal Costa, Ney Matogrosso e Supertramp. Se a intenção é ouvir na sua radiola, os preços variam a partir de R$ 10, dependendo da escolha. Outra boa dica é trazer aquela filmagem antiguinha, que eles também digitalizam. Vai lá: Largo Dois de Julho, Edf. Carolina, Loja 5. Telefones: 71 3015-0786/98128-9473
A sala do cinema do Museu Carlos Costa Pinto, onde rolam as sessões
(Foto: Angeluci Figueiredo/CORREIO)
Matinê no museuTem algo mais vintage que assistir a filmes antiguinhos em uma sessão da tarde? Já é tradição a chamada Matiné no Museu, promovida pelo Carlos Costa Pinto, na qual é possível rever clássicos do cinema, como Ontem, Hoje e Amanhã, do diretor italiano Vittorio De Sica, estrelado por Sophia Loren e Marcello Mastroianni. A programação acontece duas quintas-feiras por mês e é divulgada no próprio museu e pelas redes sociais. “Como o público é formado, em geral, por senhoras, as sessões costumam começar às 15h”, explica a coordenadora cultural Lícia Greco. As entradas custam R$ 5 (meia) e R$ 10 (inteira). Aos cinéfilos fica a dica: dá para reservar pelo menos um dia e fazer essa viagem no tempo. Vai lá: Avenida Sete de Setembro, 2490, Vitória. Telefone (71) 3336-6081
