O suspeito de matar o torcedor do Bahia Carlos Henrique de Deus, 17 anos, após o clássico BaVi no domingo já havia sido preso em fevereiro deste ano após briga com outro tricolor. Pietro Henrique Ferreira Caribé Pereira, 25, é estudante de direito, motorista do Uber e vigilante da Unifacs, segundo a Polícia Civil. Ele nega ligação com o crime, mas foi reconhecido por testemunhas e identificado pela vítima que sobreviveu ao ataque.
Em fevereiro, Pietro brigou com um torcedor do Bahia. Segundo a polícia, ele agrediu e rasgou a camisa da vítima, ainda roubando celular e documentos. Ele ficou dez dias presos no Centro de Observação Penal (COP), na Mata Escura, sendo liberado após pagar fiança. Ele responde pela briga e por tentativa de furto. Hoje, Pietro teria uma audiência sobre o caso.
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Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de atirar no adolescente. Outros quatro suspeitos são procurados em ligação com o crime - um deles também teria atirado no jovem. Ainda de acordo com a investigação, além de Carlos Henrique e do amigo, que sobreviveu, uma outra vítima foi atingida de raspão - uma mulher que ainda não foi localizada.
A polícia diz que o crime foi motivado por briga de torcida. O adolescente estava indo embora da Fonte Nova a pé quando houve uma confusão. Dois carros de passeio e dois ônibus da Torcida Imbatíveis (TUI) desceram a Vasco da Gama. Os dois ônibus fecharam a saída de um posto de combustível. Torcedores do Bahia, assustados, correram para tentar se esconder. A polícia não sabe se o suspeito estava nos ônibus ou em um dos carros.
Carlos correu para o lava jato do posto. Seu amigo, o frentista Isais Souza Santos, 27, foi para o lado da troca de óleo. Os dois foram atacados e baleados. Atingido de raspão no pescoço, Isais foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE). Carlos não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
A polícia diz que Carlos Henrique e o suspeito não se conheciam e não tinham marcado briga pela internet.
Defesa
A defesa do suspeito nega que ele tenha envolvimento com o crime. Segundo o advogado Antônio Glorisman, Pietro se desligou da Torcida Imbatíveis em fevereiro, após a confusão com o torcedor do Bahia. Ele alega que Pietro estava no jogo, mas após a partida foi para a casa da mãe e duas horas depois foi para a casa da namorada, em Cajazeiras, onde passou a noite.
Hoje pela manhã, a polícia foi até a casa da mãe dele, no Garcia. Ele não estava no local, mas a mãe ligou e informou que policiais estavam querendo entregar documentos para ele. Provavelmente achando que se tratava de algo da audiência, ele foi até lá e foi preso em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio.
Crime
O adolescente morreu por volta das 20h deste domingo (9), ainda no posto de combustível. O crime aconteceu após o término da partida entre Bahia e Vitória pelo Campeonato Baiano. Carlos Henrique Santos de Deus, 17, tinha ido ao estádio assistir ao jogo e estava a caminho de casa, na Rua Ferreira Santos, no bairro da Federação, quando foi atingido no abdômen e na perna.
Segundo testemunhas, a pessoa que atirou estava a bordo de um veículo, que parou próximo ao adolescente e disparou. Além de Carlos Henrique, outro amigo, o frentista Isaias Souza Santos, 27, foi atingido de raspão no pescoço e levado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE). Ele passou por uma cirurgia na madrugada desta segunda-feira, para retirada da bala. Seu estado de saúde é estável.
Em contato com o CORREIO, o primo do frentista, o zelador Jandson de Jesus Mota, 26, informou que o primo esteve consciente durante todo tempo e narrou à família o que teria acontecido. "[Isaias] me disse que eles tinham acabado de passar pelo Dique e atravessaram a rua. Foi quando três homens, apenas um deles armado, chegou atirando. Ele contou que se escondeu na parte de troca de óleo do posto", relatou.
Ainda conforme o primo da vítima, dois, dos três homens vestiam a camisa do Vitória. "Ele contou que viu os caras com os uniformes. Mas foi só. Ele está bastante abalado porque viu o Carlos morrer. Iam juntos para os jogos. É lamentável", pontuou.
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Redação iBahia
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