Suspeitos pelo incêndio que resultou na morte do cobrador Everaldo de Oliveira, na Ribeira, foram presos na madrugada desta segunda-feira (20) pelo setor de inteligência de Operação de Repressão a Roubos em Coletivos, da Operação Gêmeos, da Polícia Militar. O nome e quantidade de detidos ainda não foram divulgados. Segundo nota da PM, a prisão está sendo registrada junto à autoridade policial nesta manhã. O corpo do cobrador foi sepultado no final da tarde deste domingo (19) no Cemitério Campo Santo, na Federação. Em protesto depois da morte do colega, rodoviários pararam as atividades às 17h para participar do sepultamento. Uma fila de ônibus se formou na ladeira do Campo Santo até a região da Politécnica, da Ufba.
No enterro, amigos e colegas cobravam justiça e acusavam as empresas de ônibus de não oferecer segurança aos rodoviários, só se preocupando com o estado dos ônibus. Apesar de correntes em redes sociais afirmando que vai haver paralisação de ônibus nesta segunda, o Sindicato dos Rodoviários afirma que o movimento será normal. Segundo Fábio Primo, vice-presidente do sindicato, o que aconteceu ontem foi uma manifestação de luto pela perda do colega e nesta segunda não há previsão de paradas. "O sindicato descarta qualquer possibilidade de paralisação. Se tiver algo, não será da parte do sindicato", afirma. Roque Messias, diretor da Associação da Comissão da União dos Rodoviários da Bahia, também nega qualquer paralisação. "Não tem nada programado para amanhã (hoje). Na próxima quarta a gente tá programando um encontro na frente do Iguatemi, porque haverá uma reunião no Setps sobre o dissídio, mas é um encontro da categoria para mostrar que estamos aqui, não vai mexer com o movimento, com a atividade operacional", garante. No próprio enterro, em meio à comoção, alguns rodoviários falavam que a categoria deveria parar e exigir segurança. Durante o sepultamento, eles cantavam "ô, rodoviário parou, rodoviário parou". O cemitério estava lotado e a filha de Everaldo passou mal durante o enterro.
Morte Everaldo de Oliveira Silva, 62 anos, morreu por volta das 4h deste domingo, após ter 75% do corpo queimado durante um protesto no bairro da Ribeira, no dia 3 de abril. Ele estava internado no Hospital Teresa de Liseux, onde já tinha passado por uma cirurgia para reconstrução da pele. Everaldo ficou ferido depois de um grupo invadir um ônibus da Praia Grande e atear fogo ao coletivo. Um jovem de 22 anos também se feriu na ação criminosa. De acordo com testemunhas, os homens que atearam fogo ao veículo estavam vestidos com camisas com a foto do garçom e porteiro Fabiano Santos Souza, 28 anos, encontrado embaixo de um viaduto na Baixa do Fiscal no dia 2 de abril.
(Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) |
Enterro levou centenas ao cemitério Campo Santo (Foto: Marina Silva) |
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade