Três testemunhas de acusação foram ouvidas na manhã desta quinta-feira (17) na segunda audiência sobre o assassinato do garoto Joel Conceição Castro, de 10 anos. Eles são vizinhos da casa onde o menino morava quando foi atingido na cabeça durante uma ação policial no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador. Durante a tarde de hoje, outras duas testemunhas devem ser ouvidas pela juíza Vera Lúcia Medauar, no 2° Tribunal do Júri Sumariante, no Fórum Ruy Barbosa. No total, são oito testemunhas de acusação, mas uma delas está doente e as outras duas não compareceram à audiência. A data da próxima audiência deve ser definida no final da tarde. Os nove policiais militares que participaram da ação policial foram denunciados pelo Ministério Público estadual como autores do crime. Na época, os PMs eram lotados na 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste). Segundo o pai do garoto, o mestre de capoeira Joel Castro, eles se preparavam para dormir na noite de 21 de novembro de 2010, quando Joel foi atingido na cabeça por um disparo que atravessou a janela do quarto. Ele contou que os PMs teriam se recusado a prestar socorro à criança. Primeira audiênciaA primeira audiência do julgamento do caso foi realizada no dia 13 de outubro. Na ocasião, juiz Ernane Garcia Rosa ouviu os depoimentos de Jeanderson Castro, 21, irmão que socorreu Joel após a criança ser baleada; e de Míriam da Conceição e Joel Castro, pais do menino. A denúncia feita pelo MP foi integralmente aceita pelo juiz - os nove PMs foram denunciados por crime doloso triplamente qualificado (cometido por motivo torpe, oferecendo perigo comum e impossibilitando a defesa da vítima). Eles podem ser condenados a 40 anos de prisão. Foram denunciados o tenente PM Alexinaldo Santana Souza, que comandou a ação, Eraldo Menezes de Souza, autor do disparo que vitimou a criança, e os policiais Leonardo Passos Cerqueira, Robson dos Santos Neves, Paulo José Oliveira Andrade, Nilton César dos Reis Santana, Luís Carlos Ribeiro Santana, Juarez Batista de Carvalho e Maurício dos Santos Santana. DocumentárioUm filme sobre o caso está sendo realizado pelo cineasta Max Gaggino, que também acompanha as audiências. No documentário há depoimentos do irmão da criança e da mãe. "Um dia antes de falecer, ele acordou dizendo pra meu pai que ia estudar e que ia juntar a família dele e ia tirar daqui, porque aqui não tava dando pra viver mais; ele não queria crescer vendo o cotidiano da forma que estava sendo levado", revela o irmão do garoto no filme. [youtube ZSEp6-e3Cb0]
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