Um torcedor do Vitória foi baleado no braço na Avenida Gal Costa na noite deste domingo (10) depois do jogo entre o Leão e o Fluminense, no Barradão. Sete membros da torcida organizada Bamor foram levados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) após o crime, incluindo o presidente Luciano Venâncio. A suspeita é de que o grupo esteja envolvido no ataque ao torcedor rubro-negro e todos podem responder por tentativa de homicídios.
Guarnições do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe) chegaran ao local minutos depois dos disparos e socorreram o ferido.
Depois, com informações de que os suspeitos pelo tiro fariam parte da Bamor, uma equipe foi até a sede da organizada, nos Barris. Lá, foi apreendido um revólver calibre 38 que pode ter sido usado o crime.
Nos dias de jogos sempre nos preocupamos e alertamos as equipes para as avenidas no entorno das arenas. Logo que o fato chegou ao nosso conhecimento demos início às buscas", explica o comandante do Bepe, tenente-coronel Saulo Roberto da Costa Santos.
O nome do torcedor ferido e seu estado de saúde não foram divulgados. Ele foi levado para uma unidade de saúde da capital.
O jogo entre Vitória e Fluminense terminou empatado em 2 a 2.
Reunião
Ontem, Luciano e outros membros da Bamor e do Imbatíveis, torcida organizada do Vitória, estiveram em um curso da Polícia Militar, parte do projeto Legal’. Pioneiro no país, o projeto pretende fazer encontros quinzenais com os integrantes de todas as torcidas organizadas da Bahia. A iniciativa é do Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos (Bepe), da Polícia Militar.
Um dos motivos que levaram à criação do projeto foi a ocorrência de violência em jogos de futebol na capital. Em 2012, quando o Bepe foi criado, tinham sido identificados 120 casos; no ano seguinte, houve um decréscimo de 49% e em 2014 também houve redução - 33 ocorrências. Por outro lado, em 2015 e 2016, comparado aos dados de 2014, os registros cresceram. Segundo o capitão da Polícia Militar Anderson Ubiratan, o objetivo é que esses registros de violência não aumentem. “Já cresceram um pouco, mas vamos parar por aí. Vamos voltar a decair”, promete.
Segundo o capitão, a expectativa é que, em dois anos, o programa capacite em torno de 6 mil torcedores organizados - a cada quinzena é esperado que entre 40 e 120 torcedores participem do projeto. “Nos encontros, eles vão aprender coisas que servirão para eles como cidadãos, o que vai desde noções de direito penal a gerenciamento de crises em eventos, qual comportamento deve ser adotado”, diz o capitão. Além disso, os torcedores também conhecerão os planejamentos de segurança da Polícia Militar em dias de jogo e terão a oportunidade de ouvir o ponto de vista dos seguranças dos próprios clubes.
Em 2013, Luciano Venâncio, presidente da torcida organizada Bamor, teve o hotel onde estava invadido. À época, ele tinha ido assistir à Copa Sul-Americana na capital paulista, onde o Bahia jogou contra o São Paulo. “Além de ser por motivo de torcida, era também por sermos nordestinos”, explicou. Hoje, ele leva o incidente como aprendizado e foi um dos que dedicaram a manhã para a capacitação. “A iniciativa é muito importante para o torcedor conhecer os seus direitos e deveres”. A pretensão de Luciano é convidar aqueles que se envolveram em atos de violência para serem “reeducados” pelo ‘Torcida Legal’.
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Redação iBahia
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