Junto com o namorado e a tia, uma turista carioca sonhava com a sexta-feira de feriadão regada a acarajé e umas cervejas no Rio Vermelho. Acabou indo parar na delegacia depois de viver momentos de terror ao escolher como meio de transporte o Uber, que oferece serviço de carros particulares na capital. Em seu relato, publicado no Facebook, a estudante de Engenharia, 26 anos, disse que o veículo em que estava foi perseguido e cercado por taxistas, que passaram a ameaçar passageiros e motorista. Apreendido, o veículo Uber acabou no pátio da Transalvador. A confusão começou quando os passageiros estavam prestes a descer do veículo, na Rua Odilon Santos. A corrida de R$ 18 chegava ao destino e a avaliação “5 estrelas” tinha acabado de ser feita quando um taxista – tratado no relato como taxista X - parou ao lado do Uber e começou a gritar. “Você é Uber, você é Uber!”, transcreveu a mulher. O taxista batia no capô do veículo. “Ficamos muito assustados e o motorista pediu desculpas, dizendo que não poderia nos deixar ali, pois não tinha como parar”. Foi aí que, segundo o relato, começou uma perseguição do taxista ao Uber, um Renault Logan. “Tentou nos fechar por várias vezes, nos cortou, encostava na nossa traseira”, escreveu a mulher. Ela contou ainda que outros taxistas se juntaram à perseguição. Cercados, foram impedidos de seguir viagem. “Visivelmente transtornado, X batia nos vidros e gritava que dali nós não passaríamos, pois quem leva passageiro é táxi e não Uber! Tentou abrir as portas. Conseguiu abrir a minha, que estava atrás. Tentou me puxar pelo braço para que eu saísse do carro, mas eu resisti e meu namorado saiu do carro, mandando que ficasse longe de mim. Nossa tia, que estava conosco, começou a passar mal dentro do veículo. Estávamos com medo de sair! Eu contei uns 15 taxistas”, citou. Acuados, passageiros e motorista, então, ligaram para o 190. A polícia chegou e apreendeu o veículo Uber, levado para a Transalvador. A polícia ainda acompanhou passageiros e motorista até a Central de Flagrantes. Ao CORREIO, a turista disse que a polícia não coibiu as ameaças. “Tratou como algo menor. Não partiu deles qualquer atitude contra os taxistas”. O motorista do Uber, que preferiu não se identificar, confirmou todas as informações do relato. “Eu não tive agressões físicas e nem meu carro ficou danificado. O tempo todo fiquei dentro do carro e segui orientações. A instrução é ligar para a polícia e para o 0800 da Uber e aguardar”, disse. Em nota, a PM confirmou que policiais militares da 12ª CIPM foram acionados para coibir uma ameaça realizada por um taxista a uma passageira do Uber. Segundo a nota, como não há licença para a realização do serviço de transporte, o veículo e o seu condutor foram encaminhados para o pátio da Transalvador. Sobre as ameaças, a PM diz que coube aos policiais intervir e encaminhar os denunciantes à Central. O caso será investigado pela 7ª Delegacia (Rio Vermelho). A titular Jussara Souza afirmou que o taxista pode ser indiciado por ameaça. A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), responsável pela fiscalização de transportes clandestinos e regularização dos táxis, informou que está averiguando a situação. A Transalvador garantiu não ser de sua competência atuar para disciplinar o comportamento atribuído aos taxistas, cabendo ao órgão apenas a guarda do veículo. Os próprios taxistas têm registrado as abordagens. Assista: [youtube fEaWJ8fcNiw]
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