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Universitária é assaltada e leva coronhada após aula na Av. Paralela, em Salvador: 'Pedi para não atirar'

Caso aconteceu na noite de segunda-feira (31); jovem levou sete pontos no rosto

Nathália Amorim • 02/06/2022 às 10:56 • Atualizada em 13/05/2023 às 12:02 - há XX semanas

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					Universitária é assaltada e leva coronhada após aula na Av. Paralela, em Salvador: 'Pedi para não atirar'
Foto: Arquivo Pessoal

Casos de violência contra estudantes seguem sendo registrados em Salvador. Na noite de segunda-feira (31), um grupo com cerca de 12 alunos da UniFTC, na Avenida Paralela, foram assaltados na saída da faculdade. Uma das universitárias além de ter os pertences levados, foi agredida com uma coronhada no rosto.

O namorado da vítima, estudante de jornalismo de 21 anos, Fernando Oliveira, conta que o grupo deixou a instituição por volta das 21h40. Segundo o jovem, eles desciam em direção ao metrô, próximo a um acostamento onde ônibus de viagens deixam e pegam passageiros, quando foram supreendidos por um carro branco.

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"Um carro branco estava parado, com vidro fumê, tudo escuro. Passamos e deram voz de assalto. Todo mundo se assustou", diz o jovem.

Fernando explica que eram dois homens, mas como o grupo era muito grande e se dividiu após a voz de assalto, eles não tiveram como "dar conta de todo mundo". O universitário teve a mochila levada.

"Foi cada um para um canto. Um deles veio para cima de mim para me segurar. Ele segurou minha mochila, que ficou para atrás", relata. O universitário conta que conseguiu correr em direção à passarela que dá acesso ao shopping da região, mas que a namorada não foi junto. Por isso voltou correndo até o carro branco.

"Minha namorada não tinha conseguido correr. Voltei atrás dela e cheguei lá, ela já estava no chão, com o rosto sangrando e o suspeitos saíram com o carro".

Minutos de terror

Ao iBahia, a vítima de 20 anos, estudante de publicidade e propaganda, que não quis ser identificada, contou o que aconteceu durante o momento em que ficou no local do assalto.

"Eu fiquei sem reação nenhuma porque ele já veio engatilhando a arma em minha direção", conta.

Segundo ela, o suspeito que apontou a arma usava uma máscara preta, blusa verde e calça. A estudante contou ainda que o homem pediu para que ela tirasse a jaqueta e a máscara, que foram levados junto com a mochila. Ela perdeu celular, documentos e cartão de passagem. O medo de ser baleada também foi constante.

"Eu não sabia se corria e ele atirava, ou se eu ficava e ele atirava. Eu pedi: 'moço, por favor, não atira", relata. Foi nesse momento que a universitária levou uma coronhada no rosto. Ela diz que apesar da força, não caiu, mas ficou quase sem consciência.

"Ele foi de vez e bateu no meu rosto. Eu fiquei em pé, quase sem consciência. Esqueci meu nome, onde morava, o telefone de todas as pessoas", disse.

A jovem recebeu os primeiros atendimentos de bombeiros do Shopping Paralela, que estancaram o sangue do corte. Preocupados com uma possível lesão no maxilar, ela foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ao Hospital Geral do Estado (HGE). Por conta da coronhada, a universitária fez uma tomografia e levou 7 pontos no rosto.

A estudante fez um Boletim de Ocorrência (B.O) na tarde da última quarta-feira (12), na 12ª Delegacia de Polícia de Itapuã.

Insegurança

Tanto a jovem, quanto o namorado relatam o medo da insegurança. De acordo com Fernando Oliveira, não é a primeira vez que isso acontece e o assunto já vem sendo debatido desde o início das aulas no semestre. O estudante cobra a presença maior de rondas e policiamento na região, principalmente no horário de saída dos alunos, que ocorre por volta das 22h da noite.

"Não é a primeira vez. É uma questão que já vem sendo debatida desde o início do semestre. Já teve caso de sequestro na faculdade, casos de outros assaltos e protestos. Na época, a ronda chegou a ficar cerca de 1 semana ali no local, fazendo rondas, mas depois sumiram. As vezes aparecem, já próximo da faculdade, e quando vejo é no horário da entrada", explica o estudante.

Já para a jovem, o sentimento é de medo. Foi a primeira vez que a universitária foi assaltada. Ela também questiona a segurança e o policiamento na região. "Eu gostaria que colocassem mais seguranças na faculdade. Os policiais ficam dia sim, dia não, até 19h da noite e depois desaparecem de lá e os alunos ficam totalmente expostos de acontecer qualquer coisa", desabafa.

A estudante também afirma que por conta do ocorrido, não deve voltar ao local logo, por "não conseguir ficar perto de lá".

O que diz a PM

Em nota, a Polícia Militar informou que o planejamento operacional da PMBA tem as instituições de ensino como pontos sensíveis e, por esse motivo, "as companhias da PM direcionam a atenção do policiamento ostensivo ao ambiente externo e proximidades destas unidades."

Ainda segundo comunicado, a PM tem reforçado o policiamento, e realiza diariamente rondas no entorno das principais instituições de ensino superior de Salvador, sejam públicas ou privadas. Também esclarece, que o acesso ao ambiente interno ocorre apenas quando há solicitação da direção da instituição.

"A PM tem reforçado o policiamento com apoio do Batalhão de Policiamento de Reforço Operacional (BPRO) através da sua Companhia de Motopatrulhamento (Ronda Universitária), que realiza diariamente o policiamento no entorno das principais instituições de ensino superior de Salvador, sejam públicas ou privadas. O acesso do policiamento às dependências internas ocorre quando há uma solicitação específica da direção da instituição para tal fim", diz a nota.

A polícia complementa informando o número do disque-denúncia, também utilizado para o acionamento dos PMs para rondas preventivas.

"A Polícia Militar atua em vias públicas, por meio das unidades convencionais dos bairros, que realizam rondas preventivas ou através de acionamento pelo 190 ou 181 (disque-denúncia). A corporação salienta que, em face de quaisquer anormalidades, o cidadão poderá acionar guarnições para que sejam encaminhadas para averiguação", conclui.

O que diz a instituição

Também em nota, a UniFTC confirmou o assalto aos alunos. Segundo a nota, o assalto ocorreu em frente ao Shopping Paralela e após a ocorrência, "que durou menos de 10 segundos", os estudantes foram para o estacionamento do centro comercial onde receberam suporte.

A instituição também lamentou o ocorrido com a jovem ferida, e confirmou que a estudante recebeu o atendimento tanto pelos bombeiros, quanto no HGE. E que, em seguida, ela foi levada para casa.

A instituição entrou em contato com os alunos. Segundo a estudante de publicidade e propaganda, ela recebeu a assistência da coordenadora do curso.

"Logo após a ocorrência, a coordenação acadêmica estabeleceu contato com os alunos para aocmpanhamento e suporte. A gestão da UNIFTC, no momento, segue em contato com a coordenação de segurança do Shopping Paralela para saber mais elementos sobre o sinistro. A coordenação de cursos segue em atendimento aos alunos que sofreram o assalto", diz a nota.

Sobre a segurança, a UniFTC explicou como funciona a prevenção no campus da instituição, lamentou a ocorrência e clamou por reforços do policiamento.

"A UniFTC tem sistemas robustos de segurança no seu campus, com tecnologias e profissionais capacitados para a prevenção de crimes e mitigações de riscos. Neste momento, em que lastimamos esta ocorrência de violência em rua de Salvador, mais uma vez a comunidade acadêmica solicita aos poderes públicos o reforço do policiamento nas vias da região", conclui.

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