O tumulto gerado no show do cantor Alpha Blondy, que aconteceu na noite do último sábado (9), durante a festa 'República do Reggae', no Wet'n Wild, deixou graves sequelas para alguns fãs. Foi o caso do professor Hebert Correia, de 36 anos, que teve o pulso quebrado por conta da confusão. Em entrevista ao
iBahia, ele revelou as consequências do acontecido e disparou contra a carência na segurança do evento. "Quebrei o pulso no meio da confusão e agora estou aqui com o braço engessado. A recuperação vai levar de quatro a seis semanas e estou paralisado completamente das minhas funções diárias. Para mim isso se tornou um transtorno, porque eu fui de boa fé para uma festa, pensando que era uma das mais seguras, já que as festas de reggae não costumam ter essa característica e, chegando lá, presenciei a falta de estrutura para o público esperado", disse. Segundo Hebert, muitas pessoas se machucaram além dele e tiveram um atendimento inicial precário, fator que fez com que ele procurasse, por conta própria, um médico especializado. "Teve tumulto, pânico, muitas pessoas sofreram escoriações, vi muitas pessoas com a cabeça quebrada, supercílio partido, boca quebrada. Tomei uma injeção de votarin e saí direto para o hospital, por conta própria. Lá foi detectado o pulso quebrado", explicou.
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Vídeo mostra confusão durante show de Alpha Blondy na República do Reggae Tumulto no Wet´n Wild atrapalha show de Alpha Blondy O professor agora pretende entrar com uma representação judicial contra a produção do evento e, ainda de acordo com ele, os primeiros passos já foram dados. "Pretendo processar, sim. Meus advogados já estão cuidando disso e ainda vamos ao Ministério Público para que esse tipo de festa seja fiscalizada em Salvador. Foi um show de reggae, mas poderia ser qualquer outro. A Polícia Militar tem que ser requerida para poder garantir a segurança, mas as viaturas que vieram a chegar ficaram apenas na parte externa da festa e isso já por volta das 4h da manhã", relatou ele, que ainda presenciou roubos, além do quebra-quebra. "Eu ví pessoas sendo roubadas. Quando o tumulto se instalou, ficou aquele clima de pânico, literalmente. Não vou recuar, porque achei uma falta de respeito com o público presente, já que desde o início eles já sabiam que a quantidade de seguranças era pequena. Eu, particularmente, me senti inseguro desde o início da festa, mas você sabe que, quando você gosta de uma atração, você vai, não tem jeito. Os caras não vão vir aqui tão cedo e fui por isso, mas acabei não vendo nem a atração, graças ao que aconteceu", lamentou. Visivelmente indignado com a Pida Produções, responsável pela realização do evento, Hebert ainda publicou um desabafo através da sua página pessoal no Facebook, onde contestou a suposta prioridade na segurança. Confira abaixo na íntegra. "
PUNHO QUEBRADO, BRAÇO ENGESSADO E OMBRO IMOBILIZADO! Este é o resultado fruto da incompetente, irresponsável e descomprometida Produção do FESTIVAL REPÚBLICA DO REGGAE Salvador – 2013 (no último sábado, 09 de novembro, Wet’n Wild). Um evento produzido, divulgado e comercializado pela PIDA Produções. Neste Evento o que se viu e se testemunhou foi um conjunto de irresponsabilidades diante de um Festival que poderia ter entrado para história do Reggae na Bahia, e o que era pra ser algo positivo transformou-se num desastre de acontecimento. Pois um espaço sem a infraestrutura necessária para comportar as mais de 30 mil pessoas que pudemos ver e registrar visivelmente no ambiente da festa, um público recorde nos últimos 10 anos em que a festa vem sendo realizada. Motivo este e experiências pelas quais não poderiam deixar passar em branco, pois a Segurança em todos os seus aspectos deveria ser uma questão de Prioridade para Todos Nós que de boa-fé fomos ali para curtir e vibrar ao som da música reggae. A falta de segurança adequada e insuficiente possibilitou uma desordem que motivou um tumulto generalizado levando as pessoas a um estado de pânico sem igual. Nessa turbulência pessoas caíam e eram pisoteadas, perdiam seus pertences e até mesmo saqueadas por alguns aproveitadores do tumulto. Muitas pessoas com ferimentos e escoriações, no meu caso, um punho quebrado! E então, perguntamos: Numa festa em que uma água (garrafinha 300 ml) custava R$ 5,00 (cinco reais), Ingressos de R$ 60,00 e R$ 80,00 esgotados na bilheteria!!! Porque a Segurança Coletiva não foi uma prioridade no evento?? É óbvio que os Empresários e Produtores só se preocuparam com os seus bolsos!!! E o Público?? Estes que se danem, pois os Ingressos já foram pagos!!! E assim ficamos a mercê da própria Sorte!!! Diante do Abuso e da Falta de Respeito para com o Público se faz necessário o Poder Público intervir em eventos deste porte para Garantir os Direitos e a idoneidade das pessoas durante o evento. Pois os Alvarás, Licenças e Autorizações são Termos concedidos por este poder. Não devemos esperar o pior acontecer para que as providências sejam tomadas. Portanto, Nós os Lesionados aguardaremos a Justiça corrigir e fazer reparar os Danos Físicos, Morais e Psicológicos pela experiência tão desagradável que marcou a qualidade dos eventos do tipo realizados em nossa terra. Pois as cenas vistas e vivenciadas pelos Presentes jamais serão esquecidas. E certamente, jamais desejaremos revivê-las! Por isso, resta um conselho: Evitem eventos do tipo que não garantam a infraestrutura adequada, pois o incidente ocorrido poderia ter sido num outro show qualquer de Rock, MPB, Forró, Pagode, Arrocha e outros; Partida de Futebol ou até mesmo num Culto Religioso!!! Pois o que estava em risco foi o bem estar e a vida de pessoas. Vale refletir essa ideia!!! Registro aqui a minha Indignação, Hebert Correia".