O subsecretário municipal da Defesa Civil (Codesal), Osnyr Bonfim, informou ontem que a área onde oito casas foram incendiadas no bairro do Santo Antônio Além do Carmo é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artísico Nacional (Iphan) e não tem mais condições de ser habitada. “Não há segurança para eles. É um local muito íngreme e de grande risco geológico. Essas pessoas não deveriam estar aqui”, explicou Bonfim. “Somos desrespeitados pelas autoridades. Ninguém lembra de nós”, reclama Carlos Rodrigues de Machado, 45 anos, morador da Chácara Santo Antônio. No local, há cerca de quatro meses, parte de uma encosta cedeu e engoliu uma casa. Para Machado, que relata ser vítima dos dois acidentes, morar na invasão não é uma questão de escolha. “Primeiro tive que sair de casa porque a Defesa Civil condenou o local onde eu morava depois do deslizamento. Prometeram um auxílio-aluguel, mas até hoje não recebi nada. Fiz um novo barraco aí embaixo e ele pegou fogo. Não tenho mais nada. Só meus documentos. Dormi ontem na rua e estou sem comer até agora. Para onde eu vou?”, lamenta. A Codesal e a Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad) estiveram no local, ontem pela manhã, para avaliar o tamanho do problema, mas ainda não sabem quantas pessoas estão desabrigadas pela tragédia e o que provocou o incêndio. As principais hipóteses são de que um curto-circuito provocado pelos inúmeros “gatos de luz” no local ou um forno a lenha podem ter provocado as chamas. A única certeza dada pelas autoridades é que as vítimas só terão acesso a colchão e cestas básicas. De acordo com a Setad, a legislação municipal não prevê o auxílio emergencial de R$ 150 por três meses para vítimas de incêndio. O benefício é dado para quem perder a moradia por causa de chuvas.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade