Evento teve tradutora de libras e presença de pessoas com as mais variadas deficiências física
Fotos: Raíza Tourinho/EcoD
Empreendimentos dotados de energia renovável, coleta seletiva, programas de responsabilidade social, além de rampas, quartos e banheiros adaptados, são tendência a ser seguida para atender adequadamente o turismo na Bahia. Este foi o tom da fala de empresários, gestores públicos e representantes de associações ligadas ao setor turístico no estado, no Fórum de Turismo Sustentável e Acessível, na manhã da quinta-feira, 19 de dezembro, em Salvador.
“A sustentabilidade não é apenas o grande desafio de nosso tempo – é o único caminho para o ser humano”, destacou Luiz Henrique do Amaral, presidente estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/BA). Para ele, o setor ainda carece de iniciativas na área, porém vem adotando uma postura de aprendizado.
A sensação de que a sustentabilidade em geral, e a acessibilidade plena em específico, ainda estão engatinhando no turismo foi compartilhada por outros palestrantes. “Esse tema ainda precisa ser apropriado pelas empresas”, acredita Cássia Magalhães, Superintendente de Serviços Turísticos da secretaria de Turismo da Bahia, lembrando que a sustentabilidade ambiental era vista como “coisa de hippie” antes da Rio-92.
Acessível
O secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Almiro Sena, ressaltou a importância do evento e a necessidade de promover mais diálogo sobre essas temáticas. "A acessibilidade plena é fundamental, mas normalmente a nossa realidade não contempla essa outra no dia a dia. É preciso tornar esse país acessível não só para A e B, mas para todos nós", declarou.
O setor hoteleiro já está em busca de se adequar a essa nova realidade, segundo expôs o presidente estadual da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih/Ba), José Manoel Garrido. Ele afirma que os hotéis na Bahia são obrigados a ter rampas em áreas sociais e de eventos, além de banheiros e 5% dos quartos adaptados. “A hotelaria está engajada nesse processo”, afirmou ele, citando que o Estado possui dois hotéis com selos de sustentabilidade, que contam com iniciativas na área ambiental.
Este é o caminho buscado pelo “recém-nascido” Grand Palladium Imbassaí, instalado há três anos no Litoral Norte. Segundo a representante do empreendimento, Vanessa Ribeiro, além de iniciativas como coleta seletiva e limpezas de praias, o resort possui diversos programas de educação ambiental e sexual, projetos de hortas em escolas locais, plantio de mudas nativas, projetos de capacitação profissional na comunidade, entre outras iniciativas.
Eduardo Athayde pregou a reinvenção do turismo baiano
Oportunidades
O diretor da WWI Brasil, Eduardo Athayde, destacou as oportunidades para o turismo pouco exploradas na região. Segundo ele, é o caso do “território molhado” (mares e rios) da Bahia, cuja real riqueza é desconhecida. “Não aprendemos a dar valor ao nosso território molhado. Não se tem visão, política pública, não há nada”, enfatizou.
Ele crê que a Baía de Todos os Santos poderia ser turisticamente explorada como sede da “Amazônia Azul” brasileira e deveria ser melhor administrada, utilizando como modelo a Baía de São Francisco, nos Estados Unidos.
Athayde citou também o município de Cairu, que contém 26 ilhas incluindo a famosa Morro de São Paulo, e a Costa do Cacau, como detentores de grande potencial ainda mal explorados. Sobre esta última, ele destacou que o cacau baiano segue sem uma identidade forte, apesar de ser exportado como matéria-prima para chocolates de alta qualidade.
“A Bahia é o único estado brasileiro com cinco biomas. Precisamos reinventar os produtos turísticos, pois a Bahia está pronta – falta tirar a poeira”.
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