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Amazônia perde área maior que São Paulo em 6 meses, aponta Inpe

No total, 1.695 km² da floresta foram destruídos ou degradados nos últimos seis meses, área maior do que o tamanho da cidade de São Paulo (1.521 km²). Operação do Ibama confiscou 110 tratores, 60 caminhões, 216 motosserras e 32 armas de fogo na Amazônia Legal.

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28/03/2013 às 19:36 • Atualizada em 27/08/2022 às 3:23 - há XX semanas
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No total, 1.695 km² da floresta foram destruídos ou degradados nos últimos seis meses
Foto: Leonardo F. Freitas (LeoFFreitas)

Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal subiram 26,6% nos últimos seis meses, no intervalo entre 1º de agosto de 2012 e 28 de fevereiro de 2013, em comparação com o mesmo período anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgadas na quinta-feira, 28 de março.

As informações, que incluem a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta, foram registradas pelo Deter, sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe, que utiliza imagens de satélite para analisar a perda da mata em nove estados.

No total, 1.695 km² da floresta foram destruídos ou degradados nos últimos seis meses, área maior do que o tamanho da cidade de São Paulo (1.521 km²), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já entre 2011 e 2012, foram perdidos 1.339 km² de mata, no mesmo intervalo de tempo.

O último balanço anual de desmatamento divulgado pelo Inpe apontou que 4.656 km² da Amazônia haviam sido perdidos entre agosto de 2011 e julho de 2012.

Segundo o Inpe a cobertura de nuvens na região amazônica prejudica a análise do Deter. Em novembro de 2012, 34% da floresta estava coberta por nuvens; já em dezembro, a cobertura foi de 54%. Em janeiro, 67% da Amazônia estava coberta por nuvens, enquanto em fevereiro o índice foi de 64%.

"Campeões" indigestos

Os estados "campeões" em destruição da floresta foram: Mato Grosso (604 km²), Pará (300 km²) e Rondônia (232 km²) - eles tiveram mais desmatamento entre agosto de 2011 e fevereiro de 2012, conforme o Inpe.

Proporcionalmente, o aumento do desmate foi grande no Maranhão (crescimento de 121%) e no Tocantins (81%), aponta o Inpe.

Fiscalização e R$ 1,4 bilhão em multas

Segundo o diretor de proteção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano de Meneses, o órgão teve que encontrar novos métodos de fiscalização após constatar o aumento no número de alertas de desmate.

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O diretor de proteção ambiental do Ibama, Luciano de Meneses Evaristo, apresenta avaliação dos alertas do Deter para fiscalização do desmatamento da Amazônia entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013
Foto: Valter Campanato/ABr

"Entramos com a Operação Onda Verde, ocupamos as seis áreas críticas que respondem hoje por 54% de todo o desmatamento da Amazônia. Colocamos bases móveis com autonomia. Essas bases tem agentes do Ibama, agentes da Força Nacional de Segurança, agentes da Polícia Rodoviária Federal", afirmou o diretor ao G1.

Fiscais do Ibama na Operação Onda Verde apreenderam mais de 65 mil m³ de madeira em toras que circulavam de forma clandestina pela floresta, entre 1º de agosto de 2012 e 25 de março de 2013. Desse total, quase 38 mil m³ de madeira foi encontrada no estado do Pará, e 15,7 mil m³, em Mato Grosso.

Além de madeira, o Ibama confiscou 110 tratores, 60 caminhões, 216 motosserras e 32 armas de fogo na Amazônia Legal.
No total, o órgão aplicou 3.180 autos de infração entre agosto de 2012 e março de 2013, cujo valor de multas, somadas, ultrapassa R$ 1,4 bilhão.

Balanço do Inpe O último balanço anual de desmatamento divulgado pelo Inpe apontou que 4.656 km² da Amazônia haviam sido perdidos entre agosto de 2011 e julho de 2012. A área, calculada pelo sistema Prodes, equivale a mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O Prodes consolida dados coletados ao longo de um ano por satélites, capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares, e não pode ter suas informações comparadas com o sistema Deter. São computadas apenas áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – característica denominada corte raso.
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