Participei recentemente de um painel com os ganhadores do prêmio Eco da Amcham em 2014 sobre estratégia, liderança e inovação para a sustentabilidade, onde conversamos sobre seus projetos e iniciativas. O painel foi moderado por Tarcila Reis da Angatu Consultoria e as empresas participantes foram a AES Brasil, Tetra Pak, Itaú Unibanco, Precon Engenharia e Pontal Engenharia -as duas últimas empresas do setor da construção com modelos inovadores de negócios e cultura.
Fiquei muito feliz em ver que a tônica do painel foi o resgate do significado mais profundo de suas atividades empresariais para servir a sociedade e a vida no planeta; houve um mergulho no entendimento que gerar valor transcende o dinheiro e que fortalecer e expandir as conexões dentro e fora de suas empresas com suas diversas partes interessadas é o caminho para isso.
Também me chamou a atenção as inovações que compartilharam, como a Precon que utiliza processos industriais para a construção de casas populares com custo até 10% menor, maior qualidade térmica e sonora e ainda gerando 70% menos desperdício que o processo tradicional. As empresas estão também trabalhando cada vez mais próximas de seus clientes e fornecedores para atuarem com mais consciência nas suas relações comerciais e criando um contexto de ganho mútuo. Em meados de abril essas e outras práticas estarão acessíveis pelo site www.premioeco.com.br. Recomendo a consulta.
Em um dado momento do evento me ocorreu entender melhor o sonho dos painelistas, que estão no dia a dia superando os desafios das mudanças culturais que a sustentabilidade requer e encaminhei a seguinte pergunta: você deu a sorte de encontrar uma lâmpada com um gênio da sustentabilidade que lhe concede um pedido. Que pedido você faria? Tarcila gostou da provocação e resolveu fechar o painel com essa reflexão.
Uma das empresas pediu ao gênio que nós tivéssemos maior consciência nas decisões de compra para ajudar na preservação das florestas no Brasil e consequente preservação da vida animal que ali habita: investiguem se móveis, madeira para construção e até a carne que vocês consomem são certificadas, que não exploram de forma insustentável as florestas no Brasil. Nos últimos anos foram eliminadas 2 bilhões de árvores das florestas e do Cerrado brasileiro, responsáveis por capturar e aterrar por dia 2 bilhões de toneladas de água e talvez essa seja uma das razões da crise hídrica que estamos vivendo. Sem floresta não há vida.
Outra pediu que as pessoas soubessem o verdadeiro valor das coisas, ter condições de avaliar, de forma monetizada ou não, o valor de cada produto ou serviço que consumimos no dia a dia e sua relação com a teia da vida e o que teve que ser utilizado para sua produção. Isso revelaria para as pessoas seu impacto na Natureza e ajudaria a tomar decisões mais sustentáveis.
As outras empresas convergiram no ponto de protagonismo e ação consciente das pessoas, de sua mobilização para experimentar, errar e aprender mais. De saírem do estaticismo e de manterem suas mentes abertas para o novo e para os outros, para olhar de forma sistêmica e crítica para a forma como fazemos as coisas e de não desistirem na superação dos desafios que temos pela frente. A evolução é movimento e movimento requer esforço e resiliência.
E você, que pedido faria ao gênio da sustentabilidade?
(Por Vicente Gomes, do Gestão Fora da Caixa)
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