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SUSTENTABILIDADE

"Árvore da Vida" propõe que cinzas pós-cremação sejam usadas no plantio de árvores

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30/04/2014 às 12:50 • Atualizada em 27/08/2022 às 15:36 - há XX semanas
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Urnas de areia são utilizadas tanto para o plantio de mudas quanto para jogar ao mar, pois são biodegradáveis e não poluem o solo nem o mar
Fotos: Divulgação

Árvore da Vida, Cremação Ecológica ou Enterro Verde são alguns dos nomes dados a um serviço que propõe utilizar as cinzas pós-cremação para o plantio de uma muda de árvore. A proposta não é nova, mas vem ganhando muitos adeptos recentemente.

Guilherme Lithg, gerente regional do Cemitério Morada da Paz, situado em Pernambuco, oferece o serviço desde janeiro de 2013. Ele explica que as cinzas são colocadas dentro de urnas biodegradáveis, próprias para receber uma muda, adubo e terra. Em seguida, é feito o plantio.

Após alguns dias, a semente começa a germinar e crescer. “A Árvore da Vida é uma forma de perpetuar a lembrança através do cultivo de uma nova vida”, reforça Lithg. Tal qual acontece com os jazigos, cada muda recebe uma placa de identificação, mostrando o nome de quem está ali.

Quem decide jogar as cinzas no mar, pode optar por uma urna específica para isso. Algumas empresas já oferecem urnas hidrossolúveis em formato de concha para facilitar o ritual que muitas famílias vêm seguindo. A urna flutua por alguns minutos antes de afundar e dissolver-se, com as cinzas, na água do mar.

As pessoas estão cada vez mais conscientes com relação a impacto ambiental de suas ações e procurando alternativas em todos os cenários.

Além do material ecológico da urna, a mesma vem acompanhada de um plástico especial desenvolvido nos Estados Unidos, que também dissolve na água. O plástico serve para abrigar as cinzas e é colocado dentro da urna por uma pequena tampa. A urna é selada com cola artesanal e ecológica, também hidrossolúvel.

Sustentabilidade

A bióloga Rejane Mansur foi uma das que optaram pela Árvore da Vida, no Morada da Paz. Ela destaca a importância do serviço como um todo, o uso de urnas ecológicas biodegradáveis até a participação das cinzas no ciclo nutricional da árvore.

“É um projeto lindo e encantador, é uma maneira real de dar continuidade à vida, pois as cinzas são absorvidas pelas raízes, ajudando a muda a se desenvolver”, afirma.

urnas-ecod-interna.jpgEssa transformação do cenário funerário se dá há algum tempo. Desde o visual - hoje boa parte dos cemitérios têm aparência de parques - até o aspecto cultural, com a adesão cada vez maior de planos funerários, por exemplo. As pessoas estão cada vez mais conscientes com relação a impacto ambiental de suas ações e procurando alternativas em todos os cenários.

Criação de elo

Com essa mudança nos costumes, as alternativas oferecidas pelas empresas do segmento funerário tentam amenizar o momento doloroso de perda. Lithg acredita que a grande procura por serviços como o Árvore da Vida se dá nesse sentido:

“Ainda temos uma forte questão cultural de criar um ponto de referência para realizar visitas, fazer suas orações, colocar adornos, comparecer em datas comemorativas, entre outras."

Ao depositar os restos num local físico, os parentes criam, assim, um elo e podem cumprir seus rituais. A ideia é que o hábito de visitar o cemitério seja semelhante a um passeio no campo. Quanto mais simples e natural, melhor”, finaliza o gestor.

E você? Achou o quê da ideia? Vale a pena adotar a sustentabilidade até mesmo no além-túmulo?

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