Yvo de Boer, durante participação no Fórum Econômico de Davos de 2009, quando ainda estava na ONU
Foto: Monikia Flueckiger
O Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, serve a algum propósito útil? Para muitos economistas, o encontro anual não passa de uma reunião que, embora reúna os representantes dos países mais ricos do mundo, raramente chega a resoluções importantes para a comunidade internacional. Mas Yvo de Boer, ex-secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), discorda.
"Davos é uma oportunidade imperdível para o progresso", afirmou ele na quinta-feira, 23 de janeiro, em artigo para o site Huff Post Green. "É um ótimo lugar para conhecer pessoas que são quase impossíveis de estarem juntas em dias normais. Quantas vezes você topa com líderes mundiais e CEOs em torno de uma mesa de café?", comparou o austríaco, que atualmente preside uma empresa que presta consultoria em sustentabilidade.
Segundo Yvo de Boer, o Fórum de Davos, cuja edição de 2014 termina no sábado (25), pode criar algo com um impacto duradouro. "Um dos melhores exemplos disso é o papel que desempenhou na criação do Fórum de Bens de Consumo", observou.
O grupo de empresas ligados a entidade concordou em fazer algo em 2015 que provavelmente levaria os governos a negociarem alguns temas durante décadas, de acordo com ele. "As commodities como óleo de palma, soja e carne, por exemplo."
Como o fórum deste ano teve como foco, em parte, a agenda do clima, De Boer relatou no artigo o que poderia ser útil para fazer além de confirmar o óbvio: as mudanças climáticas são um problema sério que nós causamos e somente nós podemos consertar. "Eu vim com três ideias, que são mais complexas do que as frases simples listadas abaixo, no entanto, não são impossíveis de serem realizadas", pontuou:
- Em primeiro lugar, todos os países poderiam precificar a energia de acordo com o seu teor de carbono e usar a receita gerada para baixar os impostos;
- Em segundo lugar, os países poderiam identificar alguns produtos com alto teor de carbono, como aço, repassando o custo ambiental desse conteúdo no preço ao consumidor, além de utilizar as receitas para ajudar os países mais pobres a tornar seu crescimento mais "verde";
- Em terceiro lugar, os países poderiam obrigar todos os fundos de pensão a investir 20% do seu capital em eficiência energética e outros 20% em energias renováveis. Há evidências anedóticas não o suficiente para mostrar o que pode ser bastante rentável e fundos de pensão que têm uma finalidade social.
"Todos essas três sugestões, que já foram aplicadas com sucesso em outras oportunidades, por instituições como a Agência Internacional de Energia e Organização Mundial do Comércio, podem ser relatadas como cases aplicados no próximo Fórum Econômico de Davos. Grandes desafios precisam de grandes ideias", concluiu Yvo de Boer.
- Leia o artigo na íntegra (em inglês) -
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