Mina de carvão em Kooragang Island, na Austrália
Foto: eyeweed
A Austrália, um dos maiores poluidores mundiais per capita, planeja reduzir suas emissões de CO2 em ao menos 26% até 2030 em relação aos níveis de 2005, anunciou na terça-feira, 11 de agosto, o primeiro-ministro, Tony Abbott, cuja fama de "cético do clima" já foi noticiada aqui no EcoD.
Abbott destacou a determinação de seu governo em buscar um equilíbrio entre objetivos ambientais e econômicos. "É um bom objetivo, sólido, responsável do ponto de vista econômico, responsável do ponto de vista ambiental", ressaltou a agência France Presse.
"Chegamos à decisão de que nosso objetivo para 2030 se situará na faixa de 26 a 28%", acrescentou o primeiro-ministro, que não informou como essa redução seria feita. "Estamos engajados com o objetivo de 26% de maneira definitiva, mas avaliamos que em virtude das políticas que vamos adotar, poderemos chegar aos 28%" na redução das emissões de CO2.
Abbott declarou que não trabalha sobre um "fechamento em massa" da atividade ligada ao carvão, do qual o país de 23 milhões de habitantes é um grande exportador e se constitui em um elemento importante em sua produção energética.
Críticas a meta
Organizações ambientalistas como o WWF reagiram criticamente ao anúncio do governo australiano. "Está muito longe de ser algo representativo junto a um esforço internacional para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC", observou a ONG.
Segundo o WWF, da forma como foi divulgada, a meta coloca a Austrália na parte de trás do bloco de países desenvolvidos, com esforços bem abaixo dos feitos por Estados Unidos, Reino Unido e China. Para diminuir o peso australiano nas emissões e evitar níveis perigosos de aquecimento global, o WWF-Austrália e outras organizações defendem uma redução de 65% em relação aos níveis de 2005.
Proposta mais audaciosa
"Os australianos já estão sentindo os efeitos extremos do clima sendo agravados crescentemente pelo aquecimento global na nossa comida, em fazendas, na saúde, na economia e em lugares emblemáticos como a Grande Barreira de Corais. Se todos os países seguissem o esforço da Austrália o mundo estaria em vias de 3º C a 4º C de aquecimento. Os australianos e nosso ambiente precioso merecem uma proposta mais audaciosa do governo”, exemplificou a gerente da área de Mudanças Climáticas do WWF-Austrália, Kellie Travado.
Em dezembro, representantes de 196 países estarão reunidos em Paris, capital da França, para a realização da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), da qual espera-se um acordo mundial de redução das emissões de gases do efeito estufa.
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