Bactéria que produz ouro pode ser alternativa aos impactos da mineração

Cupriavidus metalliduran age como um biodigestor.
Fotos: Divulgação

A bactéria Cupriavidus metalliduran, imergida em cloreto de áurico, produz uma excreção que talvez você goste: ouro 24 quilates. A descoberta aponta uma nova possibilidade de produção do ouro e, no futuro, pode reduzir impactos ambientais da extração do mineral à natureza.

As bactérias atuam como biodigestores e conseguem transformar toxinas em uma substância preciosa. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Michigan. Kazem Kashefi e Adam Browm adaptaram o fenômeno a uma instalação artística, já que produzir o metal em larga escala ainda não é possível pelos altos custos envolvidos, segundo o Ecouterre.

A instalação chamada de "A Great Work of Metal Lover" é composta por um laboratório portátil feito de vidro onde as bactérias produzem ouro ao longo de uma semana. As pessoas podem observar a arte, por meio de uma série de imagens feitas com um microscópio eletrônico de varredura.

A instalação artística está em exibição no Áustria até 7 de outubro.

Pela pesquisa, Kashefi e Browm receberam uma menção honrosa na competição cyber-arte de renome mundial, Prix Ars Electronica, na Áustria, onde está em exibição até 7 de outubro.

"Esta é o neo-alquimia", diz Adam Browm. "Cada parte, cada detalhe do projeto é um cruzamento entre microbiologia moderna e alquimia. A ciência tenta explicar o mundo fenomenológico. Como um artista, eu estou tentando criar um fenômeno. A arte tem a capacidade de impulsionar a investigação científica ", completou.

Danos à natureza

A extração de minerais gera danos à natureza, pois utiliza metais pesados para separar o mineral precioso de sedimentos e rochas. Na lista constam mercúrio, cianeto, sulfetos de metal, ácido sulfúrico e óxidos metálicos. Nesta cadeia o trabalhador é contaminado, as comunidades vizinhas também, as florestas têm seu equilíbrio desfeito, os animais se alimentam desses tóxicos e, ao fim, pode chegar aos pratos de todos, segundo o Rainforest.