Bebidas feitas à base de soja derivam de transgenia e são vendidas sem regulamentação de aditivos
Fotos: Corbis
Sabe aquela bebida feita à base de soja muitas vezes consumida porque “faz bem” para a saúde? A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados analisa um projeto de lei que prevê a adição obrigatória de cálcio para esse líquido, cada vez mais presente na vida dos brasileiros e que pode estar relacionado ao surgimento de alergias e da obesidade.
A nutricionista do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Daniela Frozi, chama a atenção para riscos deste produto à saúde. Ela alerta para a questão da transgenia, método pelo qual é produzida a maioria (65%) da soja brasileira.“Alguns artigos científicos, estudos na Austrália, Japão, na Rússia, em alguns outros países têm associado a soja transgênica com alergias. Isso pode estar diretamente com a soja ou com o produto químico, o herbicida, que é o glifosato”, explicou a nutricionista para a TV Câmara.
Daniela lembra que nestas bebidas precisa ser "adicionado, também, um número muito grande de aditivos, principalmente para mascarar o sabor”. “Então se nós temos um alimento que precisa ser enriquecido é sinal que não precisamos substituir o outro que tenha o cálcio”, pontuou a especialista, referindo-se ao leite natural.
Um dos líderes do Institut for Responsible Technology Jeffrey Smith publicou um artigo, em 2007, no qual comentava o aumento de alergias em crianças desde 1996, quando vírus, bactérias e genes foram introduzidos no DNA de soja, milhos e outros grãos.
Mais cálcio e menos açúcar
O médico e deputado federal Marco Aurélio Ubiali (PSB–SP), autor do projeto de lei de regulamentação dessas bebidas, defende que seja regulamentada a quantidade de cálcio para equiparar o produto, neste nutriente, à qualidade do leite de vaca. “Hoje não há uma regulamentação desse setor. Fica a critério do fabricante colocar ou não o produto e a quantidade que ele quiser, coloca açúcar e outras coisas que às vezes faz até mal para a saúde”, comentou o parlamentar.
Para o deputado federal Paulo César (PSD-RJ), que também é médico, não é a questão do cálcio que precisa ser regulamentada, mas a adição de açúcar e sódio. Para ele já há cálcio nos demais alimentos produzidos pelo brasileiro e não é necessário incrementar o nutriente nas bebidas. “Se o Brasil aderiu ao programa de combater a obesidade na infância, no adolescente e no adulto, então não é possível que continue oferecendo à sociedade, essas bebidas e sucos, à base de soja com quantidades gigantescas de açúcar e sal”.
Médico diz que vacas doentes tomam antibióticos e continuam produzindo leite que é consumido por humanos
Foto: Momautik / Corbis
Leite de vaca seria melhor?
Embora para muitas pessoas esta não seja a alternativa viável, já que o consumo do leite de soja é feito, muitas vezes, por alérgicos à lactose, o médico gaúcho Victor Sorrentino, cirurgião plástico que trabalha com a chamada Medicina do Futuro, em entrevista para o EcoD em setembro de 2012, reforçou que as bebidas à base de soja estão entre os piores alimentos, mas que o leite de vaca também oferece diversos riscos à saúde, garantiu o especialista em medicina preventiva.
“O pior (dos alimentos) é o refrigerante light, mas o leite de vaca também está entre os piores. É difícil dizer o que tem de leite de vaca ali dentro, porque hoje aquilo é veneno, possui uma quantidade imensa de hormônio de vaca prenha. Já foram identificados mais de 56 hormônios, incluindo o do crescimento”.
Além dos hormônios, essa bebida costuma conter, segundo o médico, pesticidas, agrotóxicos e antibióticos. “Não ache que se a vaca ficar doente o produtor vai tirar ela de produção, ele vai é dar antibiótico para que ela continue dando leite. E isso justifica o crescimento da nossa resistência a certos remédios.
Cálcio é extremamente importante para a saúde óssea e também pode ser encontrado em legumes, grãos e hortaliças.
Foto: John Smith / Corbis
“Em países como a China e o Japão, onde não existe o consumo de leite de vaca, os níveis de infarto e osteoporose são muito mais baixos”, comentou o especialista. Como alternativa, o site do Hospital Albert Einstein publicou uma lista de alimentos que podem fornecer cálcio para os seres humanos. O levantamento inclui aveia, ovo de galinha cozido, lentilha seca crua,brócolis, agrião, espinafre, couve, amêndoa, entre outros.
Já chega a 37,1 milhões de hectares, um aumento de 4,6 milhões em relação a 2011, a área de plantio de transgênicos no Brasil. Eles responderão por 54,8% de toda a área cultivada na safra 2012/2013 no país. A soja se mantém na liderança em termos de área plantada com transgênicos, com um total de 24,4 milhões de hectares ou 65,5% da área total dedicada a essa cultura, informou o site da Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas).
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