Como bem o disse o poeta Mário Quintana: “Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Se os livros que provocam mudanças estão acessíveis, melhor. Além da Biblioteca EcoD (cujo acervo gratuito é composto por 206 livros, 85 guias, 126 documentos, 42 artigos e 92 pesquisas), outras instituições apostaram na distribuição da informação na rede, como museus, bancos e até mesmo o governo federal.
Pensando no acesso fácil à informação estratégica para gestores de Unidade de Conservação Brasil afora, o Instituto Terra Brasilis criou a Ecoteca Digital. O projeto, que reúne mais de 1.500 publicações sobre conservação ambiental para download gratuito, recebeu na quinta-feira, 14 de novembro, o troféu do Prêmio de Gestão Ambiental, promovido pela ONG Zeladoria do Planeta, pela segunda vez consecutiva.
Nesta entrevista exclusiva, a coordenadora da Ecoteca Digital, Sônia Carlos, fala um pouco sobre o projeto.
Portal EcoD: O projeto da Ecoteca Digital surgiu da necessidade de gestores de Unidades de Conservação (UCs) de Minas Gerais em acessar publicações para melhorar a eficiência de gestão das áreas protegidas. Contudo, a Ecoteca ultrapassou essa meta inicial, certo? Como o projeto foi se transformando?
Sônia Carlos: A iniciativa começou despretensiosa, através de uma espécie de ciranda de e-mails entre um grupo de gestores das unidades de conservação de Minas Gerais e que foi se ampliando em razão do alcance e do interesse das pessoas envolvidas. Diante do crescente interesse e da demanda, o Instituto Terra Brasilis tomou a decisão de institucionalizar a ideia e transforma-la num projeto, atualmente apoiado pela Secretaria de Estado de Ciências, Tecnologia e Ensino Superior e a Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais), com o imprescindível apoio de nossos parceiros que autorizam a disponibilização de suas publicações no nosso site.
A meta inicialmente prevista de 250 publicações inseridas por ano no site e que foi amplamente ultrapassada e hoje temos 1.578, em 14 áreas temáticas. Assim, ao longo do tempo a ideia foi se transformando, com a criação do site específico ancorado no Instituto. Atualmente temos recebido uma média de 14 mil visitas mensais, de todos os cantos do País.
A coordenadora da Ecoteca Sônia Carlos recebe o Prêmio Gestão Ambiental
Fotos: divulgação Terra Brasilis
Qual é a sensação de receber pela segunda vez o Prêmio Gestão Ambiental? A missão está cumprida ou ainda falta algum objetivo a ser alcançado?
Para o Instituto Terra Brasilis, a premiação da Zeladoria do Planeta, além de uma honra para a organização, é um reconhecimento do importante trabalho que estamos realizando. E todas as vezes que um trabalho de interesse público e coletivo merece o reconhecimento da comunidade isto amplia a responsabilidade das instituições e pessoas envolvidas na sua realização. Estamos felizes com os resultados alcançados até aqui, mas queremos ir além, sempre aprimorando as informações que disponibilizamos para os nossos usuários e buscando novos parceiros que trabalham com o tema das áreas protegidas, visando ampliar o acervo de títulos à disposição dos interessados.
Qual a importância de se ter um projeto como esse no cotidiano dos profissionais ambientais?
Este é um dos aspectos do projeto que mais nos estimula, pois sempre desejamos que a Ecoteca fosse um instrumento para facilitar a vida de gestores, pesquisadores, educadores, técnicos e demais pessoas envolvidas com a administração das UCS, colocando informações imprescindíveis para público, muitos lotados em regiões longínquas e inóspitas, em tempo real.
Cremos que esse foco na “biblioteca sem paredes” faz com que a informação chegue a rincões deste Brasil que tanto precisam de ferramentas de apoio e desenvolvimento. Nosso objetivo é servir de fonte para gestores e interessados na temática das Unidades de Conservação. Quando recebemos contatos do Norte, Nordeste, ou de algumas UCs longínquas, o sorriso fica estampado no rosto de cada integrante de nossa equipe. É importante criar condições para que as possibilidades saiam do eixo mais tradicional, alcancem outras partes do nosso país e sigam estreitando laços.
A internet é uma poderosa ferramenta de democratização da informação. Quais são os estímulos necessários para facilitar ainda mais o acesso às informações ambientais, especialmente para o público não especializado?
A internet, cada vez mais, se projeta como um instrumento revolucionário do nosso tempo, no campo da comunicação e da informação. Além de democratizar a informação, a web permite de maneira revolucionária a socialização do conhecimento. É importante que iniciativas como a da Ecoteca se reproduza em outras áreas da gestão ambiental, para facilitar o acesso de um maior contingente de pessoas às informações disponíveis, servindo como instrumento de mobilização e engajamento da sociedade.
Quais outras aspirações vocês planejam conquistar?
Seria muito gratificante podermos concretizar o sonho de ver a Ecoteca sendo usada rotineiramente por grande parte dos gestores de Unidades de Conservação do Brasil e que pudéssemos ser um elo entre elas, lembrando sempre que uma corrente nunca será mais forte que seu elo mais fraco, daí a necessidade de interação e apoio mútuo.
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