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SUSTENTABILIDADE

Biocombustíveis podem facilitar segurança alimentar e energética

O investimento em novas tecnologias que permitam explorar melhor a biomassa e políticas públicas adequadas possibilitam alcançar uma produção de biocombustíveis capaz de fortalecer o desenvolvimento econômico, a exemplo das áreas de segurança alimentar e energética, sobretudo em países da América Latina e da África. A opinião é compactuada pelos professores Luís Augusto Barbosa Cortez e Jeremy Woods, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Imperial College London, respectivamente.

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02/10/2013 às 14:05 • Atualizada em 02/09/2022 às 2:33 - há XX semanas
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Países da América Latina e da África devem ser beneficiados com projeto realizado na área
Foto: Agriculturasp

Os professores Luís Augusto Barbosa Cortez e Jeremy Woods, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Imperial College London, respectivamente, afirmaram que o investimento em novas tecnologias que permitam explorar melhor a biomassa e políticas públicas adequadas possibilitam alcançar uma produção de biocombustíveis capaz de fortalecer o desenvolvimento econômico, a exemplo das áreas de segurança alimentar e energética, sobretudo em países da América Latina e da África, informou a Agência Fapesp.

De acordo com Cortez, os estrangeiros acreditam que os brasileiros vivem cercados de cana por toda parte, enquanto que a verdade é que as plantações dedicadas à produção de etanol ocupam apenas 0,4% do território do país e nunca representaram uma ameaça à produção de alimentos.

A ação GSB busca incentivar o desenvolvimento sustentável dos biocombustíveis e analisar as possibilidades de substituir 25% da energia usada hoje no planeta por bioenergia

"Na década de 1970, o Brasil importava 80% da gasolina que consumia. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool), além de ajudar a conquistar a independência energética, contribuiu para a industrialização da agricultura brasileira. Foram transferidos para o setor toda uma capacidade de engenharia e de cálculo dos custos de produção e todo um conhecimento sobre máquinas. Hoje 40% das exportações do país correspondem a produtos agrícolas", explicou o professor durante um painel sobre biocombustíveis realizado em 27 de setembro, durante a programação da Fapesp Week London.

Projeto de viabilidade

Por possuírem grandes quantidades de terras disponíveis para a produção de biocombustíveis, os países africanos e latino-americanos têm grandes chances de se beneficiarem com o modelo do projeto Bioenergy Contribution of Latin America & Caribbean and Africa to the Global Sustainable Bioenergy Project (LACAF-cana), iniciado em 2013 e que tem como objetivo analisar as possibilidades de produção de etanol de cana em quatro países: Colômbia, Guatemala, Moçambique e África do Sul.

"Nosso primeiro passo será fazer um diagnóstico da atual situação agrícola desses países. Em seguida, faremos um levantamento do potencial de produção e discutiremos qual é o modelo mais adequado para cada lugar. Não necessariamente será um modelo igual ao brasileiro", explicou o cientista brasileiro.

A iniciativa pretende ainda avaliar as questões ambientais, como potencial ameaça à biodiversidade e aos recursos hídricos e, posteriormente, as questões socioeconômicas. Cortez comenta que o projeto é uma contribuição brasileira a ação Global Sustainable Bionergy (GSB), coordenada pelo professor do Dartmouth College (Estados Unidos) Lee Lynd, que tem como meta incentivar o desenvolvimento sustentável dos biocombustíveis e analisar as possibilidades de substituir 25% da energia usada hoje no planeta por bioenergia.
"Em um estudo prévio identificamos potenciais áreas para expandir a plantação de cana no Brasil. Sem tocar na Amazônia, vimos que há 360 milhões de hectares disponíveis. Hoje temos 9 milhões plantados. Mas o governo federal pediu um zoneamento para cultivo de cana, chegamos então a 60 milhões de hectares. Concluímos que, se apenas 25 milhões de hectares adicionais fossem plantados no Brasil, o país sozinho poderia suprir o equivalente a 10% do consumo mundial de gasolina", contou o professor.
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