Edivaldo Apinajé, agente de saúde dos Apinajés, no Tocantins, mostra os pequenos frutos de um cajueiro
Foto: Mariana Kaipper Ceratti/Banco Mundial
Um programa inovador de doações para o combate ao desmatamento e à degradação florestal está possibilitando aos povos indígenas e comunidades locais tomarem as rédeas das decisões relativas ao financiamento e concepção de projetos. O Brasil foi o primeiro país a receber o programa que será implementado de forma global e nacional em países que implementam, atualmente, o Programa de Investimento Florestal.
O programa, chamado de Mecanismo de Doação Dedicada (DGM, Dedicated Grant Mechanism), foi aprovado recentemente pela Diretoria Executiva do Banco Mundial e recebe recursos dos Fundos de Investimento para o Clima como iniciativa especial do Programa de Investimento Florestal.
Concebido por (e para) povos indígenas e comunidades tradicionais, o DGM inclui dois componentes: projetos específicos de cada país e um projeto de aprendizagem e intercâmbio global, que liga todos os projetos nacionais e serve como plataforma global de divulgação.
Até o momento, foram aprovados recursos para o projeto de aprendizagem global e para o Brasil, primeiro entre os países da série – com 6,5 milhões de dólares aprovados para um projeto na região do Cerrado, que ocupa mais de 20% do território brasileiro.
Utilização dos recursos
Esses recursos serão utilizados, em parte, para ajudar a financiar iniciativas agroflorestais; cobrir parte dos custos das unidades de processamento de produtos agrícolas e florestais não madeireiros; e ajudar na produção e comercialização de produtos artesanais. Além de fomentar as habilidades de liderança e negociação dos povos indígenas e comunidades tradicionais.
“Este projeto é muito importante no apoio às comunidades indígenas aqui no Cerrado”, disse Deborah Wetzel, diretora do Banco Mundial para o Brasil. “Este projeto irá dotar as comunidades das condições necessárias para ter acesso a recursos que irão ajudá-las a gerir os impactos ambientais e sociais de suas atividades.”
Combate ao desmatamento
Januario Tseredzaro, do povo Xavante, concorda. Ele ressalta que o novo programa de DGM ajudará os povos indígenas a combater o desmatamento.
“Nós entendemos a importância que isso terá para nossos projetos. Não somente para os nossos projetos, mas também para a conservação e para a nossa luta para preservar o Cerrado”, disse Tseredzaro. “Espero que o sucesso do programa leve à sua implementação também em outros biomas brasileiros.”
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