Gases de efeito estufa contribuíram para o aquecimento entre 0,5 e 1,3 grau Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010
Imagem: Miteshkothari
Por Agência Brasil
O Brasil irá pedir na 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19) – que começa na próxima segunda-feira, 11 de novembro, em Varsóvia (Polônia) – a criação de uma metodologia para que cada país possa calcular sua responsabilidade histórica sobre o aumento da temperatura global.
"O Brasil está levando para Varsóvia algumas contribuições para as negociações. A primeira é para que o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] prepare de maneira bastante rápida uma metodologia simplificada para que cada país possa calcular sua responsabilidade histórica para o aumento da temperatura global”, adiantou na segunda-feira (4) o subchefe da divisão de clima, ozônio e segurança química do Ministério das Relações Exteriores, Felipe Rodrigues Gomes Ferreira. Ele falou em evento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
De acordo com Ferreira, o cálculo sobre a responsabilidade histórica do aquecimento global é uma “questão chave” defendida pelo Brasil desde 1997, quando houve a negociação do Protocolo de Kyoto. “O foco da real causa do problema, que não é a emissão de hoje, é o acúmulo das emissões da atmosfera desde o período pré-industrial. Essa é a questão chave. A causa é o acúmulo de gás carbônico na atmosfera e o efeito que ele tem na temperatura ao longo do tempo”, explicou.
Influência humana
Relatório divulgado no final de setembro pelo IPCC mostra que a influência humana no clima é a principal causa do aquecimento global observado desde meados do século 20. O aumento das temperaturas é evidente e cada uma das últimas três décadas tem sido sucessivamente mais quente.
“[Não estamos propondo] uma fórmula geral e irrestrita, um cálculo feito pela convenção de quanto cada país tem de fazer [para diminuir suas emissões]. Nós estamos propondo que se elabore uma metodologia para que, da mesma maneira que cada país calcula seu PIB [Produto Interno Bruto, que mede o total de bens e serviços produzidos no país], que cada país possa fazer a sua contabilidade nacional não só de emissões, mas também da responsabilidade histórica do país no aumento global de temperatura. É o que se espera de Varsóvia”, ressaltou Ferreira.
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