O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a secretária-executiva da Convenção Climática da ONU, Christiana Figueres, participam da cúpula de alto nível em Doha
Foto: IISD.ca
Embora tenha sido proposto durante a 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-17), em 2011, em Durban (África do Sul), o segundo período do Protocolo de Kyoto, cuja primeira fase termina em 31 de dezembro, ainda não está definido pela COP-18, que segue até sexta-feira (7) em Doha (Catar).
Mas, caso venha a ser aprovado nos próximos dias, o Brasil propõe que as metas de redução dos gases de efeito estufa dos países que se comprometerem com o acordo sejam elevadas durante sua vigência. "A ideia é que seja possível subir os valores a qualquer momento, sem ter de refazer a emenda ou passar por um novo processo de ratificação", explicou ao Estadão.com o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, negociador-chefe do Brasil.
O segundo período é considerado essencial pelo Brasil e outros países do Basic (China, Índia e África do Sul) por poder servir de referência de regras básicas para um novo tratado climático que tem de ser estabelecido até 2015.
Metas tímidas
Os governos que concordaram em participar (como os da União Europeia e a Austrália) respondem por 15% das emissões mundiais e estão chegando com propostas não muito altas para os próximos anos. A UE fala em cortar 20% em relação a 1990, sendo que afirma estar chegando a quase 18%.
Alguns países em desenvolvimento, em especial as ilhas, que normalmente pedem mais urgência por conta dos ricos de elevação do nível do mar, acham que isso é pouco. A UE não consegue aumentar mais porque a Polônia não quer. A ideia era chegar a pelo menos 30% até 2020.
O Brasil propõe que a meta seja elevada no decorrer do período (o que o grupo europeu já tinha proposto), mas que essa definição já esteja prevista.
"O segundo período de compromisso é a chave dessa negociação. Se ele não for feito aqui, temo que os outros elementos não aconteçam", alertou Figueiredo.
Na terça-feira (4) teve início o chamado segmento de alto nível, no qual ministros e chefes de Estado assumem as negociações. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu mais uma vez urgência e vontade política.
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