Usina térmica Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, é uma das que suprem a demanda energética
Foto: minplanpac
Por Agência Brasil
O país não enfrenta problemas de falta de energia elétrica e, mesmo com os reservatórios abaixo do nível adequado, as usinas térmicas estão conseguindo suprir a demanda do país. A avaliação é do diretor do Programa de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, em entrevista à Agência Brasil.
Para ele, os problemas que levaram aos últimos blecautes foram decorrentes de falhas conjunturais e pontuais envolvendo as empresas, que “estão mais preocupadas com lucros do que com soluções de engenharia que evitem problemas em transformadores e subestações”.
Ele defendeu também que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumente a fiscalização no setor e que haja uma menor fragmentação das concessões das linhas de transmissão, como forma de melhorar a eficiência do sistema.
Planejamento
Pinguelli disse que o planejamento do setor elétrico brasileiro feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) está correto e que o país tem energia e linhas de transmissão suficientes. “É diferente da situação vivida no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso quando o blecaute foi causado pela escassez de energia”.
O diretor da Coppe sugeriu maior participação do setor de engenharia no planejamento das concessionárias em detrimento de questões como a regulamentação e os lucros. Em sua avaliação, a preocupação excessiva com esses assuntos está deixando em segundo plano a engenharia na elaboração das ações das empresas. “E isto é sério. Nesse último blecaute, por exemplo, tudo leva a crer que a falta de energia que afetou a Região Nordeste foi provocada por falha humana”.
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