Quase metade do que os brasileiros jogam fora (41,7%) ainda vai para lixões
Imagem: Emidio Batista Almeida Filho
Ao mesmo tempo em que a maioria dos municípios brasileiros deixa de acabar com os lixões, conforme determina a Lei de Resíduos Sólidos, a população aumenta a geração de resíduos, conforme mostra um relatório sobre o panorama do lixo no país, que será lançado oficialmente nesta segunda-feira, 4 de agosto, pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Segundo o levantamento, o Brasil teve, de 2012 para 2013, o maior crescimento na geração de resíduos por dia da última década.
No ano passado, foram geradas 209.208 toneladas de lixo por dia, o que representa 4,1% a mais em relação a 2012, quando a cifra estava em 201.058 toneladas diárias. Ao mesmo tempo, essa escalada do descarte, fruto do aumento da renda e do consumo, não foi acompanhada de avanços significativos em gestão ambiental de qualidade, destaca o documento.
Quase metade do que os brasileiros jogam fora (41,7%) ainda vai para lixões, sem controle adequado e com altos índices de poluição.
Nordeste
Na avaliação do presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, o maior gargalo para o país cumprir a Política Nacional de Resíduos está do Nordeste, região que ainda conta com 837 lixões a céu aberto, contra 453 aterros sanitários licenciados.
O país tem cobertura de coleta média de 90,4%. Na região nordestina, o índice é de 78,2%. "Dos 5.570 municípios brasileiros, 1.569 ainda fazem uso de lixão. E, desses, mais da metade está no Nordeste. O aumento na geração de resíduos de 2012 para 2013 não encontrou um sistema de tratamento adequado. Mais de três mil municípios não têm condições de fazer aterro sanitários", destacou Silva Filho ao jornal O Globo.
Para a Abrelpe, o maior índice anual de geração de resíduos nos últimos dez anos é um alerta: o país está consumindo mais e descartando numa quantidade nunca antes vista. "Não temos visto, ainda, um avanço significativo na coleta", afirma o presidente da entidade.
Lixões
O prazo para que os lixões fossem substituídos por aterros sanitários terminou no sábado (2). Agora, as prefeituras ficam sujeitas ao pagamento de multa por cometerem crimes ambientais. Não por acaso, entidades nacionais de representação dos municípios já fazem intensa pressão pela ampliação do período de ajuste.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sinalizou que o Executivo federal parece determinado a rejeitar tal pleito, que deve se concentrar no Legislativo. O deputado Manoel Junior (PMDB-PB) sugere emenda para dilatar o período de ajustamento. Quer mais oito anos, além dos quatro que os prefeitos já tiveram.
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