Manifestações populares recentes mostraram nas ruas que a população quer mais qualidade de vida
Foto: Valter Campanato/ABr
O Brasil vê oportunidades no desenvolvimento sustentável. A afirmação foi feita por Aris Vrettos, diretor do Programa de Liderança de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, por meio do artigo Lições do Brasil: a sustentabilidade deve permitir que as pessoas alcancem suas ambições, publicado no blog de negócios sustentáveis do jornal inglês The Guardian.
Segundo Vretos, que esteve recentemente no Brasil para um evento da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), a agenda da sustentabilidade se torna cada vez mais importante para os líderes empresariais que se sentem responsáveis para com as suas comunidades e o país como um todo.
"Encontrei brasileiros fazendo a coisa certa", relatou Vrettos, ao citar exemplos como o de Marco Antônio Rossi, CEO da Bradesco Seguros e presidente da CNseg, para quem "o tema da sustentabilidade sempre é uma motivação". O diretor da Universidade de Cambridge lembrou também dos desafios que o Brasil enfrenta, como as desigualdades sociais, problemas estruturais e manifestações populares recentes às vésperas da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Segundo ele, para muitos, o sonho brasileiro significa subir ter mais acesso a renda, comprar um carro melhor ou enviar as crianças para escolas caras e protegidas por um pequeno exército de agentes de segurança.
"Mas isto não é necessariamente o futuro", pontua Vrettos, ao citar o que ouviu em São Paulo da ex-colega e documentarista Fernanda Polacow: "Essa não é a nossa visão de uma vida melhor. Havia muitas pessoas que protestavam porque esta não é uma aspiração sustentável."
Lição dos emergentes
Para o diretor da Universidade de Cambridge, que em setembro deverá voltar ao Brasil para lançar um programa de negócios sustentáveis, juntamente com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), os líderes brasileiros se destacam porque "arregaçam as mangas na hora de fazer", ao contrário de muitos colegas do chamado mundo desenvolvido.
"Muitos líderes do pensamento sustentável tradicional, acostumados a altos padrões de vida e a baixas taxas de crescimento, ficam desesperados com a falta de progresso do mundo desenvolvido e apelam à rápida e radical dissociação ou interrupção do crescimento econômico. Porém, nesta parte do mundo, a sustentabilidade é para ser feita, não reprimida", defendeu Vrettos.
"Devemos fazer mais para entender o que um mundo melhor e mais sustentável significa em diferentes lugares e como podemos chegar a ele para manter as pessoas produtivas e felizes. Estes são conceitos em que os países em desenvolvimento são muito bons - e podemos aprender com eles. Só para registrar: o Brasil venceu por 3 a 0", concluiu Aris Vrettos, em alusão irônica ao artigo do The Guardian publicado na véspera da final da Copa das Confederações, no qual havia a previsão de que o sistema vencedor dos espanhóis poderia dar uma lição a impulsividade do talento brasileiro.
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