Entrada do pavilhão do Riocentro. Fotos: Raíza Tourinho/EcoD
Pode até parecer um clichê óbvio, mas realmente dá para sentir no ar os mais de 180 países presentes no Riocentro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento Sustentável. Provavelmente é o mesmo ar de multiculturalidade das reuniões do órgão. O plus da Rio+20, contudo, fica por conta mesmo da sociedade civil, seja organizada ou não. Entre protestos, intervenções e apresentações artísticas, demonstram o quanto se importa com o que está sendo decidido em cada plenária do centro de convenções carioca.
Segundo dia na Rio+20
Meu destino, no domingo, 17 de junho, foi a Gávea. Fui conferir de perto o primeiro dos eventos paralelos. O FairIdeas (Ideias Justas) reuniu um bom time de palestrantes, mas o público não respondeu a grandiosidade do evento. Dos cerca de 1.500 inscritos, pouco menos da metade assinaram a lista de presença na manhã do primeiro dia.
Ausentou-se também a ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, “talvez porque tenha ficado até tarde nos eventos ontem à noite”, chutou o assessor de imprensa, que pelo visto só foi informado que ela tinha mandado o secretário-executivo Francisco Gaetani no seu lugar. Até que ele mandou bem na palestra e na coletiva depois.
À tarde, assisti ao Diálogos do Desenvolvimento Sustentável. Modelo inovador em conferências ONU proposto pelo Brasil, o encontro reuniu gente de peso no Pavilhão Cinco e fez muitas outras feras assistirem na primeira fila da plateia.
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O Diálogos funciona da seguinte forma: cada debate, com aproximadamente duas horas de duração, é responsável por levar recomendações à alta cúpula. Para isso, as recomendações foram votadas pela internet. Entre as dez mais votadas, o público presente no Diálogos seleciona três. Os palestrantes são responsáveis por escolher mais uma. Assim, no final, 30 recomendações serão levadas à cúpula - dez dos internautas, dez do público e dez dos painelistas.
O debate é temático e reúne especialistas de diversos países que expõem rapidamente sua posição sobre o assunto. Depois é questionado pelo público, antes de votar. Nas duas mesas que presenciei, as recomendações mais votadas foram: Desenvolver uma política de taxas verdes e Assegurar a cobertura universal da saúde, respectivamente. O sistema não indicava se o voto era válido ou não e há quem diga que era falho pois, poderia-se votar infinitamente.
Grupos se apresentaram nos corredores do Riocentro
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Rapidinhas
- Questionado pelo EcoD sobre como avalia a autonomia do MMA em relação ao governo, o secretário-executivo Francisco Ganetti afirmou que o ministério saiu do “gueto” do governo e, pelo contrário, está tendo mais atenção do que gostaria, devido ao Código Florestal e a Rio+20.
- Os orientais, que compõe uma boa parte dos participantes da conferência, dispensaram o inglês, utilizado até mesmo por alguns brasileiros, e palestraram em língua natal. O Diálogos chegou ficar mais de um minuto sem tradução para a plateia aflita.
- A entrada e saída do Riocentro são rigidamente controladas. Além do esquadrão anti-bomba, o exército brasileiro e da ONU do lado externo, a entrada e saída dos participantes é registrada por um leitor de códigos de barras da credencial. E nada de fotos da porta.
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- Dizem por aí que os negociadores brasileiros estão dormindo em torno de três horas por dia, pegando pesado na preparação do documento final da cúpula – cuja primeira versão conciliatória eles apresentaram no sábado.
- Também se fala pelos corredores que a Cúpula dos Povos está com um público mediano, abaixo do esperado. Mas o espaço Humanidade 2012, que conta com exposições, fórum empresarial e abrigará a conferência dos prefeitos, está a todo vapor. Entregue às moscas mesmo está o Parque dos Atletas que, apesar de se em frente ao Riocentro, precisa de ônibus para levar os participantes até lá.
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