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Campanha alerta para preservação do Rio São Francisco

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04/06/2014 às 9:30 • Atualizada em 01/09/2022 às 11:52 - há XX semanas
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Barragem de Itaparica, entre a Bahia e Pernambuco
Foto: Divulgação/Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco

Alertar o Poder Público sobre a importância de revitalizar o Rio São Francisco e focar em um planejamento em médio e longo prazo para o "Velho Chico". Estes são os principais objetivos da campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”, lançada na terça-feira, 3 de junho.

A iniciativa foi criada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco no Dia Nacional em Defesa do Velho Chico. Para o presidente da entidade, Anivaldo Miranda, “a campanha é urgente em uma época de mudanças climáticas, quando temos que aprofundar, intensificar e organizar melhor a gestão de recursos hídricos”.

Segundo ele, uma das grandes batalhas enfrentadas pelo Rio São Francisco é demostrar para o Estado que sua revitalização deve ser vista como parte de um projeto estratégico para o presente e o futuro. “A população não deixa de crescer, as atividades econômicas se multiplicam, o clima torna essa região mais problemática. Ou nós mudamos nossa cultura, ou nós vamos evidentemente observar a intensificação dos conflitos.”

O presidente do comitê propõe a articulação do chamado Pacto das Águas, por meio do qual se estabeleceria a gestão articulada dos recursos da bacia hidrográfica.

Miranda aponta os vários projetos de uso de recursos hídricos da Bacia do São Francisco, como o corredor multimodal, o projeto da transposição, a expansão dos perímetros irrigados e os canais estaduais. “São projetos que o Poder Público municipal, estadual e federal realiza sem se perguntar até onde vai a capacidade da bacia para atender a todos. Para que os projetos se realizem, precisa ter vazão garantida.”

Situação crítica

O presidente do comitê alerta também para a situação crítica que vive o rio pela estiagem prolongada – a pior em 50 anos, agravada pela redução da vazão nos reservatórios. Para Miranda, a situação é desafiadora. “Desde 2001, está sendo praticada a redução de vazão para atender às hidrelétricas. Eles usam esse recurso que tem um custo ambiental, social e econômico para os demais usuários da água e as hidrelétricas não se manifestam sobre a devida compensação financeira que devem fazer.”

Ele cita também as outorgas dadas pelos estados em rios afluentes da bacia. “Muitos estados ainda não fizeram um trabalho consistente de elaborar seus planos diretores de bacia, mas estão dando outorgas. Fazer isso sem saber a condição do aquífero é como dar um cheque em branco, e o sistema de outorgas é uma farra de cheques em branco, então é preciso fazer essa revisão.”

O presidente do comitê propõe a articulação do chamado Pacto das Águas, por meio do qual se estabeleceria a gestão articulada dos recursos da bacia hidrográfica.

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