Ônibus elétrico na frota de Campinas: silencioso e não poluente
Foto: Luiz Granzotto/Ascom Campinas
Os novos ônibus elétricos que passarão a integrar a frota do transporte coletivo de Campinas (SP) foram apresentados pela prefeitura da cidade no dia 14 de julho, quando o município paulista comemorou o aniversário de 241 anos. Os veículos funcionam a partir da energia fornecida por um conjunto de baterias feitas de íons de lítio e oferecem múltiplos benefícios comparados aos automóveis movidos à combustão - menos poluição ambiental e sonora, por exemplo.
O prefeito de Campinas Jonas Donizzete explicou, durante o evento de aniversário, que a viabilidade do projeto se dá graças a um acordo político de redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas de base tecnológica, informou o portal The City Fix Brasil.
A montadora de veículos elétricos, a empresa chinesa Build Your Dream (BYD), aproveitou a oportunidade e instalou uma sede em Campinas, onde fará a incorporação dos ônibus elétricos à frota local de maneira progressiva. Por enquanto, as empresas de transporte coletivo da cidade estão firmando contratos com a companhia asiática.
A incorporação dos novos veículos à frota de ônibus também depende da estruturação das estações de recarga das baterias, o que deve ser feito em cerca de três meses pela CPFL, grupo privado gerador e distribuidor de energia, que desenvolveu o Programa de Mobilidade Elétrica, o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento que estuda os impactos da utilização dos carros elétricos. A empresa, em conjunto com o governo e com a fábrica de automóveis, é uma das atuantes no sentido de transformar Campinas na "Cidade da Mobilidade Elétrica" e garante que o primeiro eletroposto deve ser instalado no início de agosto, na rodovia Anhanguera.
Números tímidos
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), atualmente o país possui apenas 3 mil veículos elétricos em circulação, cerca de 0,04% da frota mundial. Desde 2014 circulam cerca de 7 milhões de veículos elétricos no mundo. O maior mercado está no Japão, onde 11% da frota é movida a eletricidade. Nos Estados Unidos, essa parcela é de 4%.
Além das vantagens ambientais, o estudo realizado pela CPFL Energia mostra que, para rodar com o carro considerado mais econômico, usando etanol, gasta-se aproximadamente R$ 0,19 por quilômetro dentro da cidade. Enquanto com um veículo movido à eletricidade, esse valor cai para R$ 0,05. Especialistas do setor frisam a importância de tornar prioridade como política pública a implantação de veículos elétricos, bem como fornecer a infraestrutura adequada para a circulação dos mesmos. Por enquanto, no país, os carros puramente elétricos são usados apenas por empresas e frotistas.
Tramita no Senado um projeto de lei que já foi aprovado no início de abril pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e que prevê a obrigatoriedade dos postos de recarga para veículos elétricos em áreas públicas, sendo as concessionárias de energia as responsáveis pela realização do serviço. Apesar de alguns estados e municípios já estarem concedendo incentivos fiscais, ainda falta um grande pacote de incentivos federais para os veículos elétricos e híbridos no país.
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