Construída sobre uma plataforma flutuante de 13 x 13 metros, a casa tem 134 metros quadrados de área útil
Imagem: Fraunhofer IVI
Casas flutuantes são comuns na região Norte do Brasil, mas elas sempre foram associadas à população de renda mais baixa, que não teria outra opção de moradia.
Engenheiros alemães discordam dessa visão, e acreditam que as casas flutuantes podem não apenas ser uma opção de moradia de alta qualidade, como também tornarem-se uma alternativa para o lazer, uma opção mais versátil para as casas de veraneio.
Além do interesse da população e de resolver o problema da casa própria, as casas flutuantes poderiam compor um novo setor econômico envolvendo empresas de pequeno e médio porte, defende o professor Matthias Klingner, do Instituto de Transporte e Infraestrutura da Alemanha.
Flutuante e sustentável
Klingner lidera uma equipe de engenheiros de várias universidades e empresas privadas alemãs que se uniram para tornar realidade moradias flutuantes que sejam confortáveis, energeticamente eficientes e totalmente "amigas do meio ambiente".
"Esse tipo de casa flutuante energeticamente autossuficiente não existe ainda. Nós queremos encontrar uma solução para esse tipo de ambiente," disse ele.
"Ainda não está pronta", seria melhor dizer, porque um protótipo já está flutuando, e o projeto prevê que ele seja apresentável aos interessados em 2017.
Vivendo na água de forma independente
Construída sobre uma plataforma flutuante de 13 x 13 metros, a casa tem 134 metros quadrados de área útil, sendo 75 no piso inferior e 34 no superior, além de um terraço com 15 metros quadrados.
Painéis solares abastecem a residência com eletricidade durante o dia e geram um excedente que é armazenado em baterias de lítio para garantir a energia à noite. Para economizar espaço, as baterias são integradas nas paredes e nas escadas.
Como está sendo projetada para ser usada em regiões onde o inverno é muito rigoroso, há um cuidadoso sistema de aquecimento, também totalmente independente e que não utiliza eletricidade.
O projeto usa um sistema duplo com sais hidratados, que absorvem o calor excedente do fogão ou da lareira, e uma unidade de armazenamento de calor feito com zeólitas. Ambos funcionam com base unicamente em processos físico-químicos e são reversíveis, o que significa que podem ser usados tanto para o aquecimento no inverno, quanto como sistema de ar-condicionado no verão.
Outra preocupação é com o fornecimento de água, que usa um sistema de circuito fechado tanto para a água potável, quanto para a água de serviço. Ou seja, toda a água da casa é reciclada continuamente, usando uma combinação de membranas cerâmicas e vários processos eletroquímicos e fotocatalíticos.
O projeto conta com a colaboração de uma série de empresas, cada uma das quais se incumbiu de desenvolver sua tecnologia de forma a acomodá-la dentro da casa flutuante até 2017.
No Brasil, o Instituto Mamirauá possui uma casa flutuante para realização de pesquisas na Amazônia que incorpora alguns recursos de sustentabilidade.
(Via Inovação Tecnológica)
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