Ponto de Entrega Voluntária (PEV) em São Paulo. Instalação de ecopontos tem crescido no Brasil
Foto: Fábio Arantes/Secom-SP
O Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) apresentou na terça-feira, 11 de novembro, o primeiro relatório preliminar de resultados do acordo setorial para logística reversa de embalagens, um plano de ação assinado por 22 associações e mais de 500 empresas para ampliar a capacidade do Brasil na destinação adequada das embalagens pós-consumo.
Os números são positivos, cumprindo e, em alguns casos, ultrapassando, já no meio deste ano, as metas definidas para o fim de 2015. Os resultados foram apresentados no X Recicle Cempre, seminário sobre gestão de resíduos realizado pela organização.
De acordo com o relatório, entre janeiro de 2012 e junho de 2014, as empresas da coalizão instalaram, em 96 municípios, 836 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) ou “ecopontos”, locais estrategicamente definidos, de fácil acesso e grande fluxo de pessoas para depósito de material reciclável.
O número está 29% acima da meta estipulada para o fim de 2015. O destaque é a região metropolitana de São Paulo, onde 670 PEVs estão instalados. Em Belo Horizonte e Manaus, o número de PEVs também subiu consideravelmente, de 5 para 14 e de 0 para 6, respectivamente.
“A instalação dos pontos de entrega elimina custos com percursos longos, especialmente em bairros com baixa densidade populacional, evitando que o veículo de coleta percorra trechos improdutivos”, explica o relatório do Cempre. “Os PEVs podem facilitar ainda mais a triagem dos materiais ao possibilitar a separação e o descarte dos resíduos conforme cada fração reciclável”.
Resultados expressivos
O acordo também mostrou resultados expressivos em relação a capacitação, estruturação e adequação em cooperativas de catadores. Ao todo, foram contempladas 206 cooperativas em 111 municípios do país, o que representa 47% da meta estipulada para 2015.
Na região metropolitana de Curitiba foram realizadas 23 ações pelas empresas da coalizão em 10 entidades e na região metropolitana do vale do rio Cuiabá foram contempladas 6 entidades, atingindo 100% da meta estipulada para 2015.
Apesar do aumento dos programas de coleta seletiva e do avanço em relaçao à capacidade de reciclagem, o relatório reforça a importância da capacitaçao das cooperativas de catadores, tanto operacional quanto em equipamentos adequados, para garantir o incremento da triagem e consequente absorçao dos materiais coletados para serem destinados às industrias recicladoras.
Impacto social
“O acordo setorial de embalagens tem impacto social positivo por valorizar os catadores, que são peças fundamentais na coleta seletiva devido ao seu alcance e capilaridade, complementando o serviço municipal”, disse Victor Bicca, presidente do Cempre.
A Fase 1 do acordo abrange o período de 2012 a 2015 e consiste em ações de incentivo à logística reversa de embalagens pelas empresas, tendo como prioridade as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, suas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, totalizando 258 municípios. O objetivo final da Fase 1 é desviar para reciclagem 22% da fração seca dos resíduos destinados a aterros, uma média de 3.294 toneladas por dia.
Ações previstas
Para tanto, as principais ações previstas são a triplicação do número ou da capacidade das cooperativas de catadores nas cidades contempladas, com aparelhamento e capacitação de profissionais; a triplicação do número de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs); a compra direta ou indireta, a preço de mercado, das embalagens recicláveis triadas pelas cooperativas, centrais de triagem e recicladoras; e o investimento em campanhas de conscientização com o objetivo de sensibilizar os consumidores para a correta separação e destinação das embalagens recicláveis.
“Os números mostram o resultado do comprometimento das empresas com a logística reversa e a produção sustentável”, disse Bicca. “Vamos continuar trabalhando para cumprir as metas e conscientizar a população, pois ainda temos um caminho longo a percorrer”.
Consulta pública
O documento do acordo setorial foi aprovado pelo Comitê Orientador para a Implementação da Logística Reversa (CORI) e está em processo de consulta pública, que se encerra dia 20 de novembro. As ações previstas por ele, porém, já começaram a ser postas em prática pelas empresas.
A metodologia para as metas serem atingidas segue o Estudo de Viabilidade Econômica e Impactos Socioambientais, realizado pela LCA Consultores.
EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!