Apenas 19 cidades do Brasil optaram por abolir as sacolas. Foto: pbaitor
A população está preocupada com os impactos ambientais e abriria mão das sacolas plásticas? Sim. Pelo menos, é o que constatou a pesquisa O que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável, divulgada quinta-feira, 16 de agosto, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Segundo a análise, 85% dos entrevistados estão dispostos a evitar o uso das polêmicas sacolas.
Apesar da disponibilidade para ajudar o meio ambiente, apenas um terço dos voluntários carrega suas próprias sacolas para o supermercado. Além disso, 31% dizem suprir a falta dos sacos utilizando outros métodos, a exemplo das caixas de papelão.
Mesmo diante dessa realidade, apenas 19 cidades do Brasil optaram por abolir as sacolas, e três capitais criaram leis locais, que terminaram na Justiça: Belo Horizonte e Vitória (onde a legislação foi suspensa, as prefeituras optaram por intensificar as campanhas), além de São Paulo.
A secretária de articulação institucional e cidadania ambiental do ministério e coordenadora da pesquisa, Samyra Crespo, explicou que, diferente da reciclagem, o fim das sacolas plásticas não integra a legislação dos resíduos sólidos. "Não há harmonia entre a disposição da população e as políticas públicas. Essa disposição precisa ser melhor aproveitada, pelo poder público e pelas ONGs", afirmou ao Estadão, ao lembrar da cultura dos brasileiros de utilizar as sacolinhas para colocar o lixo.
Reciclagem e informação
A reciclagem está inserida na lei nacional. Até 2012, todos os municípios brasileiros devem implantar o sistema de coleta seletiva. Atualmente, menos de 10% adotam a prática, apesar de 48% dos entrevistados fazerem a separação do lixo em casa.
A pesquisa também aponta que a falta de informação dificulta o procedimento correto durante a separação dos resíduos. Cerca de 40% dos voluntários jogam pilhas e baterias usadas no lixo; 32% fazem o mesmo com remédios vencidos e 16% costumam jogar o óleo usado na pia, uma das práticas mais poluidoras.
A secretária alertou que, "os hábitos de descarte da população ainda são altamente predatórios" e lembrou que não há como a lei punir o que é feito dentro de casa. "O desafio é informar e convencer as pessoas. Não se pode legislar na vida privada", explicou.
Por outro lado, o estudo, que é realizado periodicamente desde 1992, indicou que a consciência ambiental dos brasileiros está crescendo. Na primeira edição da pesquisa, aproximadamente 47% dos entrevistados não sabiam dizer ou achavam que não existiam problemas ambientais no país, já na edição atual, o índice é de 11%.
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