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Cientistas avaliam iniciativas globais para adaptação às mudanças climáticas

Pela primeira vez, os 18 cientistas que integram o comitê do Programa Mundial de Pesquisa Climática (WCRP) estão reunidos no Brasil para avaliar as iniciativas globais para mitigação e adaptação às mudanças do clima. No encontro anual, os dirigentes da organização vão concluir até sexta-feira, 31 de maio, um balanço de desafios considerados prioritários, como melhorias nas observações do nível dos oceanos e medidas para avaliar e garantir a disponibilidade de água em algumas regiões.

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27/05/2013 às 19:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 7:04 - há XX semanas
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Desmatamento no Cerrado é um dos temas prioritários na estratégia brasileira
Foto: Calil Souza

Por Agência Brasil

Pela primeira vez, os 18 cientistas que integram o comitê do Programa Mundial de Pesquisa Climática (WCRP) estão reunidos no Brasil para avaliar as iniciativas globais para mitigação e adaptação às mudanças do clima. No encontro anual, os dirigentes da organização vão concluir até sexta-feira, 31 de maio, um balanço de desafios considerados prioritários, como melhorias nas observações do nível dos oceanos e medidas para avaliar e garantir a disponibilidade de água em algumas regiões.

“O Brasil está entre os líderes em várias iniciativas, como as voltadas para mitigação das alterações climáticas e, ao lado da França e dos Estados Unidos, do sistema de observação do nível do mar. Poucos se importam com o que está acontecendo com os oceanos no mundo, como no Brasil, que tem uma costa muito grande”, destacou Antonio Busalacchi, que preside o grupo, explicando que a liderança brasileira nessas políticas motivou a escolha do país para sediar a 34ª reunião do grupo, que existe desde 1985.

“Quis que os integrantes do comitê fossem apresentados a esse cenário. A discussão vai girar em torno de tópicos sobre climatologias em escala regional”, explicou Antonio, citando situações que estarão no centro dos debates, como a do Nordeste brasileiro, que enfrenta seca extrema há dois anos.

A redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado está no topo da lista.

Há quatro anos, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apontadas como uma das principais responsáveis pelas alterações de temperatura da Terra, entre 36,1% a 38,9% até 2020, tendo como base o que emitia em 1990.

O compromisso foi firmado durante a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), realizada em Copenhague (Dinamarca). A Política Nacional de Mudanças Climáticas transformou as metas voluntárias em objetivos claros para o governo e para vários setores.

Números e prioridades

A redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado está no topo da lista, que ainda inclui investimentos na produção de biocombustíveis, substituição do uso de carvão nativo e inclusão de técnicas de plantio que podem reduzir a emissão de gases nocivos pela agricultura.

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Sem antecipar números, Carlos Nobre adiantou que todos os indicativos são de que o país está caminhando em direção à meta
Foto: Giba/Ascom do MCTI

Na primeira semana de junho o governo brasileiro vai divulgar o levantamento mais recente de emissões de gases de efeito estufa. A expectativa é que as áreas de meio ambiente e de ciência e tecnologia também anunciem os planos setoriais de mitigação, com metas para áreas estratégicas da economia.

Sem antecipar números, Carlos Nobre, secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação adiantou que todos os indicativos são de que o país está caminhando em direção à meta. O termômetro que confirma essa expectativa, segundo ele, inclui, por exemplo, os índices de desmatamento que vêm mostrando redução da devastação de áreas em regiões estratégicas.

“Qualitativamente a gente sabe que a avaliação é boa porque o desmatamento na Amazônia e no Cerrado está caindo. Em 2012, tivemos o menor índice da série histórica de desmatamento na Amazônia”, lembrou. Para Nobre, as ações de fiscalização e monitoramento que estão sendo adotadas pelo governo devem manter essas taxas em queda.

Estratégias nacionais e globais

Para o grupo de cientistas estrangeiros, Nobre também elencou programas brasileiros que coincidem com as estratégias globais do comitê. “O Brasil avançou muito em medidas de mitigação, mas temos que avançar ainda muito mais na adaptação da sociedade brasileira, do sistema econômico, da agricultura, do uso da água, por exemplo. São pesquisas que vão apontar políticas tecnológicas de adaptação e indicar políticas públicas, como as voltadas para mobilidade urbana e ocupação do litoral”, explicou o secretário.

Recentemente, o governo também criou o Instituto Nacional de Pesquisas sobre os Oceanos (Inpo), reservando outros recursos para pesquisas em longo prazo nos 8,5 mil quilômetros do litoral brasileiro, e iniciou a compra de equipamentos que vão aumentar a capacidade de monitoramento sobre a seca na Região Nordeste.

“Estamos comprando 1 mil medidores de chuva, 500 medidores de umidade do solo, 100 estações agrometeorológicas que vão aumentar muito nossa capacidade de prever os impactos da seca do Nordeste sobre a agricultura e abastecimento de água”, explicou Carlos Nobre.

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