Cientistas transformam papelão em fraldas biodegradáveis

Em 2011, foram produzidos na Europa cerca de 1,9 milhões destes produtos reciclados
Fotos: divulgação

Todos os bebês de apenas uma grande cidade consomem até cinco toneladas de fraldas a cada hora. No Brasil, o número chega a mais de 17 mil fraldas por dia, segundo o portal da ODM. A notícia ruim é que todas vão parar em aterros. Como solucionar esse problema? Alternativa como utilizar papelão reciclado para confeccionar fraldas é a ideia do Centro de Pesquisa Técnica VTT, na Finlândia.

As fraldas descartáveis são tradicionalmente feitas com matérias-primas não degradáveis, como o poliéster, que levam cerca de 500 anos para se decompor. O novo processo pretende utilizar produtos biodegradáveis com preços mais competitivos do que os artigos à base de plástico. E os custos dos produtos à base de papelão reciclado são cerca de 20% inferiores aos dos artigos produzidos a partir de matérias-primas de madeira, por exemplo.

“Isto significa que novas oportunidades de negócio devem surgir de forma bastante rápida, já que a tecnologia para a fabricação de falsos tecidos a partir de materiais reciclados já está em vigor”, disse Ali Harlin, do VTT ao Phys.org

Além de fraldas, os falsos tecidos podem ser utilizados na confecção de produtos de higiene, saúde, limpeza, e até na indústria da construção.

Em 2011, foram produzidos na Europa cerca de 1,9 milhão destes produtos reciclados – número em crescimento que revelam o quão popular esta inovação verde está se tornando no mercado.

A produção

O método desenvolvido pelo VTT também pode significar maiores possibilidades no campo do reaproveitamento de papelão – que consegue ser mais rentável do que usar papel como matéria-prima.

O VTT usou vários métodos de tratamento de fibras de celulose em papelão reciclado – para dissolver a celulose, usaram sua tecnologia patenteada de carbamato, que é mais segura e amiga do ambiente do que os processos tradicionais.

Além disso, os cientistas foram capazes de produzir artigos com uma tecnologia de formação de espuma que utiliza pouca água.

Este novo avanço pode significar uma solução para a grande quantidade de papelão descartada, bem como o fim de produtos prejudiciais, como as fraldas, dos aterros sanitários.