Tráfego intenso de veículos na Radial Leste, em São Paulo/Foto: Fernando Stankuns
E se os carros pudessem ser alimentados, indiretamente, por eletricidade, sem que precisassem ser veículos elétricos? E se o combustível para este fim viesse do dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa, que seria transformado em uma substância menos poluente? Já está achando demais? Pois imagine que esse processo, em fase de experimentação por pesquisadores da Universidade da Califórnia, também utiliza energia solar.
A ideia parece estranha à primeira vista, mas que tem potencial não apenas para explorar a energia solar, como também para alimentar os carros a combustão atuais com um combustível que será, essencialmente, gerado por eletricidade. Uma demonstração de que isto é tecnicamente possível foi realizada pela equipe do cientista James Liao. Eles desenvolveram uma técnica que usa eletricidade para converter CO2 em isobutanol.
"Nós conseguimos separar a reação com luz da reação escura e, em vez de usar a fotossíntese biológica, nós usamos painéis solares para converter a luz do Sol em eletricidade, depois em um intermediário químico, e então usamos esse intermediário para alimentar a fixação do dióxido de carbono para gerar o combustível," explicou Liao.
Segundo ele, seu esquema pode teoricamente ser mais eficiente, em termos da energia produzida, do que a fotossíntese natural. Porém, nem tudo é artificial nesse novo método. Os cientistas modificaram geneticamente um microrganismo litoautotrófico, conhecido como Ralstonia eutropha H16, para produzir isobutanol e 3-metil-1-butanol no interior de um biorreator.
O biorreator usa apenas CO2 como fonte de carbono, e apenas eletricidade como entrada externa de energia. "Em vez de usar hidrogênio, nós usamos o ácido fórmico como intermediário. Nós usamos eletricidade para produzir ácido fórmico, e então usamos o ácido fórmico para induzir a fixação do CO2 nas bactérias, no escuro, para produzir isobutanol e alcoóis", destacou Liao.
"Nós demonstramos o princípio, e agora queremos aumentar sua escala. Este é o nosso próximo passo," concluiu o pesquisador.
Com informações do site Inovação Tecnológica
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