CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
SUSTENTABILIDADE

Colocar-se no lugar do outro é a verdadeira revolução, afirma Roman Krznaric

Para o filósofo australiano, um dos fundadores da The School of Life, na Inglaterra, e autor do best-seller "Como Encontrar o Trabalho da Sua Vida", a saída para a insatisfação tem algumas alternativas: aplicar seus valores pessoais no trabalho; procurar um emprego que faça diferença no mundo; e usar seus talentos e habilidades. Ele pretende inaugurar em breve o Museu da Empatia, "um lugar onde você poderá entrar e conversar com pessoas que não conhece".

foto autor

16/09/2013 às 15:55 • Atualizada em 02/09/2022 às 1:22 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

roman-ecod.jpg
Roman Krznaric aponta que a vida laboral é uma das questões que causam mais insatisfação e inquietação no mundo contemporâneo
Foto: Kate Raworth

“Uma das maiores razões de satisfação no trabalho não é dinheiro, mas autonomia”. A opinião é do filósofo australiano Roman Krznaric, um dos fundadores da The School of Life, na Inglaterra, e autor do best-seller Como Encontrar o Trabalho da Sua Vida. A saída para a insatisfação, explica, tem algumas alternativas: aplicar seus valores pessoais no trabalho; procurar um emprego que faça diferença no mundo; e usar seus talentos e habilidades.

Em entrevista publicada na segunda-feira, 16 de setembro, no Estadão, Roman destacou que a vida laboral é uma das questões que causam mais insatisfação e inquietação no mundo contemporâneo. “Hoje, pessoas de todas as classes sociais começam a enxergar o trabalho como algo para além da sobrevivência. É uma ocupação que pode fazer você se sentir preenchido”, conta.

Além de aulas e conferências pelo mundo, o australiano toca, paralelamente, um projeto definido por ele como “a grande ambição de sua vida”: a criação de um Museu da Empatia. “Trata-se de um lugar onde você poderá entrar e conversar com pessoas que não conhece. Assim como emprestamos livros de uma biblioteca, será possível emprestar pessoas para uma conversa”, explica.

O vídeo abaixo (em inglês) explica melhor o conceito de empatia de Roman Krznaric:

Roman, que vem ao Brasil no domingo (22) para uma palestra em São Paulo sobre o trabalho, defende que por meio dessa troca e da disseminação desse conceito de empatia seja possível fazer uma revolução: “As pessoas acham que a paz e as revoluções são construções de acordos políticos. Mas acredito que é possível que isso seja feito nas raízes das relações humanas. Desmontando ignorâncias e preconceitos”, diz.

Home-office

Ao ser questionado sobre o que pensa a respeito das pessoas que trabalham em casa, Roman considera "trágico" que nos últimos meses, especialmente nos Estados Unidos, algumas empresas tenham proibido os funcionários de praticarem o home-office. "Uma das revoluções modernas laborais, no mundo ocidental, é a ideia de trabalhar de casa", ressalta.

"Uma das razões apontadas pela maioria das pessoas que são felizes no trabalho não diz respeito à remuneração, mas à autonomia. É o senso de liberdade, o poder de decisão sobre o próprio trabalho, que cria satisfação. Mesmo que não seja o emprego dos sonhos. Trabalhar de casa é uma dessas possibilidades. Controlar o próprio horário, a disciplina", enfatiza o filósofo australiano.

A ideia do Museu da Empatia
Você poderá estar em São Paulo e fazer parte do Museu da Empatia, dividindo histórias de como, por exemplo, você faz uma “conversa-refeição” – que é um conceito criado na The School of Life. “Conversa-refeição” nada mais é do que estranhos que se sentam a uma mesa e, no lugar de um menu gastronômico, recebem um cardápio de ideais. Com questões sobre a vida, do tipo: “De que maneira o amor mudou a sua história?”, “Como ser mais corajoso?” ou “Como ter mais satisfação no trabalho”. Meu objetivo é que as pessoas possam baixar esses menus, com instruções para fazer isso em suas comunidades.

Perseguir o interesse próprio foi a grande propaganda do último século, observa Roman. "Entretanto, ser humano não é apenas seguir os desejos individuais. A ideia de felicidade ocidental falhou. A introspecção, o interesse próprio, perseguir valores que não envolvam o coletivo… Temos a tendência a sentir compaixão uns pelos outros. Somos criaturas empáticas. Há estudos que mostram que compaixão dá prazer. Somos também coletivos. Formamos comunidades de todos os tipos, o tempo inteiro. As pessoas estão, cada vez mais, querendo fazer parte de algo maior do que elas mesmas."

EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Mais em Sustentabilidade