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Companhias aéreas norte-americanas proíbem transporte de "troféus de caça"

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04/08/2015 às 15:40 • Atualizada em 01/09/2022 às 5:09 - há XX semanas
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O leão Cecil era um macho dominante na reserva e ficou conhecido pela juba negra
Foto: AP

As principais companhias aéreas dos Estados Unidos – a United Airlines, a American Airlines e a Delta – decidiram proibir o transporte de grandes troféus de caça, após a morte polêmica do leão Cecil por um caçador americano, informou a Agência Lusa.

A primeira companhia a adotar a medida foi a Delta, que faz voos entre os EUA e a África do Sul, tendo anunciado a entrada em vigor da proibição de transporte de troféus de caça de animais de grande porte na segunda-feira, 3 de agosto, por meio de comunicado.

“Com efeito imediato, a Delta proíbe, em todo o mundo, o transporte de carga de troféus de leões, leopardos, elefantes, rinocerontes e búfalos”, explicou a companhia.

A Delta destacou que, até o momento da decisão, aceitava apenas transportar troféus que cumprissem, de forma rigorosa, todos os regulamentos governamentais relativos às espécies protegidas e adiantou que irá rever o transporte relacionado aos troféus de caça em relação a outros animais além dos mencionados.

O animal fazia parte de uma investigação científica sobre a longevidade dos leões realizada pela Universidade Britânica de Oxford, usando um colar com rádio transmissor

Horas depois de a medida ter sido anunciada pela Delta, mais duas companhias aéreas, a United Airlines e a American Airlines, anunciaram a proibição do transporte de caça dos cinco animais mencionados.

Caça investigada
A morte do leão Cecil pelo americano Walter Palmer, que motivou a medida tomada pelas três companhias aéreas, está sendo investigada pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, para descobrir se a morte está relacionada à rede de tráfico ilegal de animais.

De acordo com o Instituto para a Conservação do Zimbábue (ZCTF, em Inglês), Palmer participou de uma caçada à noite no Parque Nacional Hwange, no Oeste do país, no dia 6 de julho.

Isca amarrada
O leão Cecil, de 13 anos, teria sido atraído por uma presa amarrada a um veículo como isca, a fim de retirá-lo do parque, para que não fosse considerada tecnicamente caça ilegal.

"Palmer disparou contra Cecil um tiro com arco e flecha, mas o disparo não o matou. Seguiu-o até o encontrar novamente, 40 horas depois, e disparou com uma arma”, disse o presidente da Instituto para a Conservação do Zimbábue, Johnny Rodrigues.

Símbolo de preservação
O leão Cecil era um macho dominante na reserva e ficou conhecido pela juba negra. O animal fazia parte de uma investigação científica sobre a longevidade dos leões realizada pela Universidade Britânica de Oxford, usando um colar com rádio transmissor.

Na sexta-feira (31), a ministra do Ambiente do Zimbábue, Oppah Muchinguri, pediu a extradição de Palmer pela morte do leão Cecil, animal de uma espécie protegida no país e uma das principais atrações do Parque Hwange. “Infelizmente, foi tarde demais para prender o caçador estrangeiro, porque já tinha fugido para o seu país de origem” antes de o escândalo estourar, comentou a ministra. Segundo ela, “as investigações realizadas até ao momento mostram que esta caça furtiva foi muito bem organizada e bem financiada”.

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