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Concentração de gases de efeito de estufa registrou recorde negativo em 2013

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09/09/2014 às 16:53 • Atualizada em 01/09/2022 às 17:55 - há XX semanas
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No ano passado, a concentração global do gás carbônico na atmosfera atingiu 396 partículas por milhão
Foto: Ian Britton/Freefoto

A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) informou nesta terça-feira, 9 de setembro, que 2013 registrou um novo recorde na concentração de gases que causam o efeito estufa na atmosfera.

A agência da ONU explica que a causa foi o aumento nos níveis de dióxido de carbono (CO2). No ano passado, a concentração global do gás carbônico na atmosfera atingiu 396 partículas por milhão.

De Brasília, o vice-presidente da OMM, Divino Moura, falou à Rádio ONU sobre o problema. "Os gases de efeito estufa, principalmente o gás carbônico (tem também o metano e os óxidos nitrosos), eles aumentaram nestes últimos 15 anos cerca de 34%. Ou seja, de 1990 a 2013 houve um aumento bastante grande na concentração, a OMM não mede a emissão separadamente. O que está na atmosfera é o que é medido", explicou.

A OMM alerta também que a atual taxa de acidificação dos oceanos não tem precedentes, pelo menos ao longo dos últimos 300 milhões de anos. Diariamente, os oceanos absorvem cerca de 4 kg de CO2 por pessoa.

A OMM toma como referência o ano de 1750, a era pré-industrial, ao comparar os níveis dos três elementos na atmosfera. No ano passado, a concentração de CO2 foi 142% maior em relação a esse período, enquanto o metano registrou uma alta de 253% e o óxido nitroso, 121%.

Ação internacional

A alta observada entre 2012 e 2013 foi a maior desde 1984. De acordo com dados preliminares, a razão da subida teria sido a redução da absorção de CO2 pela biosfera terrestre, além do aumento constante nas emissões do gás carbônico.

Segundo a OMM, os dados do boletim refletem as concentrações retidas na atmosfera, que representam o que permanece no espaço após complexas interações entre a atmosfera, a biosfera e os oceanos. Cerca de 25% das emissões totais são absorvidas pelos oceanos e outros 25% pela biosfera, isso acaba reduzindo a quantidade de CO2 na atmosfera.

A agência explica, entretanto, que a publicação não fornece dados sobre as emissões de gases poluentes, que representam a quantidade expelida na atmosfera.

A informação consta do boletim de gases que causam o efeito estufa, emitido anualmente pela OMM. A publicação realça a urgência quanto à necessidade de uma ação internacional contra a aceleração e as potencialmente arrasadoras mudanças climáticas.

Acidificação de oceanos

A OMM alerta também que a atual taxa de acidificação dos oceanos não tem precedentes, pelo menos ao longo dos últimos 300 milhões de anos. Diariamente, os oceanos absorvem cerca de 4 kg de CO2 por pessoa.

Divino Moura, falou sobre os perigos da acidificação do mar. "Com uma água mais ácida você tem um impacto direto nos recifes de corais dos oceanos e afeta também a produção marinha, em termos de peixe, pescados, etc."

O secretário-geral da agência, Michel Jarraud, destacou que o boletim fornece informação para uma tomada de decisões. Ele aponta que os dados da atmosfera e dos oceanos indicam a necessidade de uma ação política urgente.

Reunião

Segundo Jarraud, há conhecimento e instrumentos de ação à disposição com vista a tentar manter o aumento da temperatura global a 2º C, para que o planeta e as próximas gerações possam ter um futuro.

Líderes políticos vão se reunir no dia 23 de setembro, em Nova York, para uma reunião sobre o clima convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas.

Na segunda-feira (8), Ban Ki-moon manifestou a expectativa de que a reunião seja marcada por negociações para conter o aumento da temperatura abaixo dos 2º C.

- Ouça a entrevista com Divino Moura na íntegra (em podcast) -

(Via Eleutério Guevane, da Rádio ONU)

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