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Conheça a história da mãe que coleta recicláveis há 5 anos para manter filho em curso de medicina

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10/09/2015 às 8:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 9:14 - há XX semanas
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Evanildes e o irmão coletam papelão em Coité
Fotos: Raimundo Mascarenhas/Calila Notícias

Evanildes Maria da Silveira, de 48 anos, iniciou há cinco anos um trabalho de coleta de papelão pelas ruas e empresas de Conceição do Coité, cidade a 200 quilômetros de Salvador. Os materiais recolhidos são comercializados para reciclagem. O dinheiro obtido é usado para manter os estudos do filho, um jovem de 22 anos que cursa medicina na cidade de Aracaju, capital de Sergipe.

“O que uma mãe não faria por um filho?”, questiona Evanildes ao portal G1. Ela também trabalha como merendeira em uma escola pública de Coité. Funcionária terceirizada, enfrenta constantes atrasos nos salários e já chegou a ficar seis meses sem remunerações. “Por conta disso, a dificuldade é maior. Com meu filho estudando, eu precisava me programar”, explica. Por meio do conselho de uma colega de trabalho, que já atuava em reciclagem, foi às ruas atrás de um complemento na renda. “Não é muita coisa, mas já é uma ajudinha”, conta sobre os esforços.

O filho de dona Evanildes conseguiu bolsa integral em uma universidade privada de Aracaju, por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni). Apesar de não ter custos com mensalidades, tem de arcar com os materiais de estudo, além de aluguel e manutenção pessoal.

O trabalho é realizado de domingo a domingo. Com a ajuda da mãe, o filho já completou dez semestres do curso de medicina e tem previsão de formatura o segundo semestre de 2016

A mãe detalha que Prefeitura Municipal de Coité concede uma ajuda de custo no valor de R$ 300, por meio do Programa de Apoio ao Estudante (PAE). Entretanto, o valor não é suficiente para todas as despesas. Por isso, Evanildes dobrou as mangas e foi às ruas.

Orgulho e superação
Tio do estudante, José Carlos da Silveira, de 59 anos, também ajuda nos trabalhos de coleta, mesmo com uma deficiência em uma das pernas. “Fazemos para dar uma ajuda na manutenção. Puxo a carrocinha com o peso de domingo a domingo. Para mim, tem sido uma grande fase de fisioterapia”, diz.

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José Carlos detalha, que ao lado da irmã, coleta mais de duas toneladas de papelão por mês. “Fazemos com grande satisfação. Ele [o sobrinho] é um menino inteligente e admirado por todos. A cidade toda tem uma coisa boa para contar sobre ele”, afirma orgulhoso.

Cinco anos após o início das coletas, dona Evanildes confessa que, por diversas vezes, pensou que não conseguiria manter o filho no curso. “Até agora mesmo, ainda não é nada fácil. O desejo de toda mãe é ajudar. Fico na expectativa de que ele tenha um grande futuro. Não tenho vergonha de contar isso. Que nossa história motive outros”, conclui.

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