As soluções devem ser tecnicamente honestas e politicamente desejáveis, segundo o especialista
Foto: Carol Garcia/Secom-BA
Adotar práticas socialmente responsáveis e estimular o diálogo com os stakeholders (partes interessadas) são pautas cada vez mais recorrentes na gestão das empresas.
Só para se ter ideia, os trabalhadores de países emergentes estão mais preocupados com o comportamento das empresas do que os das nações desenvolvidas, segundo estudo divulgado na terça-feira, 25 de junho. A pesquisa Ipsos, coletada em 24 países, mostrou que os sentimentos sobre responsabilidade corporativa são maiores no Brasil, México, Indonésia e Índia, onde mais da metade dos funcionários disse ser muito importante que seus empregadores sejam responsáveis com a sociedade e também com o meio ambiente.
“O principal achado, não importa onde você olhe, é que as empresas não podem negligenciar a responsabilidade social corporativa”, destacou Trent Ross, vice-presidente sênior da Ipsos.
O consultor em sustentabilidade e diretor da Ruschel & Associados, Rogério Ruschel, fornece no site do Instituto Ethos dez dicas essenciais para as companhias interessadas no tema.
1. Identifique os problemas socioambientais potenciais e reais existentes em todas as áreas da empresa – e não só na área de produção. Pode-se economizar energia e matérias-primas, reciclar materiais e reduzir hábitos esbanjadores em toda a organização.
2. As soluções devem ser tecnicamente honestas e politicamente desejáveis, porque investimentos em responsabilidade socioambiental devem ser planejados como aqueles que aumentam os lucros.
3. Promova mudanças comportamentais “de cima para baixo e de dentro para fora”. Quase sempre a cúpula é a mais reacionária em termos de mudanças reais; os diretores devem dar o exemplo e a empresa só deve divulgar seu esforço em responsabilidade social depois de ter feito as “lições de casa”.
4. Situe os valores socioambientais no contexto da cultura corporativa de maneira irreversível, no “DNA da empresa” – e zele por eles. Não considere sustentabilidade como custo, e sim como investimento.
5. Permita, facilite e promova a contribuição dos funcionários. Programas de mudança comportamental precisam ser participativos e os de caráter socioambiental motivam iniciativas individuais muito ricas – geralmente mais ricas do que iniciativas empresariais.
6. Estenda suas conquistas socioambientais a seus fornecedores e parceiros de negócios. No fundo, todos querem mudar, mas alguns podem precisar de uma ajuda especial, de um empurrãozinho. E sem eles você não vai mudar.
7. Ouça a comunidade, respeite sua opinião e trabalhe em conjunto com ela, e não contra ela. O “inimigo” é a inércia e, como ela é inimiga de todos, a parceria é sempre a melhor solução.
8. Entenda educação ambiental como parte da formação básica e indispensável dos funcionários que tomam decisões na empresa – hoje e no futuro.
9. Tenha paciência e calma com ataques externos agressivos: ambientalistas, lideranças sociais e jornalistas também estão aprendendo a conviver. Diálogo é sempre o melhor caminho, na sustentabilidade e na vida.
10. Prepare-se para a construção de novas relações éticas e estratégicas com o mundo externo – até mesmo para “dormir com o inimigo”. Este será um aprendizado difícil e completamente novo.
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