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Cresce número de ciclistas que usam bicicleta como meio de transporte em Salvador

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23/02/2015 às 9:25 • Atualizada em 29/08/2022 às 1:34 - há XX semanas
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Estação de aluguel de bicicletas na Praça Castro Alves
Foto: Max Waak

Fatores como a busca por uma vida mais saudável e menos sedentária, a alta do preço dos combustíveis e o aprimoramento da malha cicloviária têm contribuído para que os ciclistas de Salvador utilizem a bicicleta como meio de transporte, em vez de só para o lazer.

Um dos exemplos disso é o baiano Daniel Bagdeve, 38 anos, que depois de uma fase sedentária, em que precisou cuidar de um problema grave na coluna, resolveu pedalar como meio de atividade física. O que ele não esperava é que a bicicleta fosse conquistá-lo, a ponto de o fazer abandonar os 20 anos de carreira profissional na informática.

Há cerca de um ano, ele fundou a empresa Já Fui de Bike, que faz entregas semelhantes a de um motoboy. Entre trabalho e deslocamento pessoal, durante uma semana, o baiano chega a percorrer, aproximadamente, 200 km por toda a cidade.

Daniel é apenas um dos inúmeros baianos que escolheram a bicicleta como meio de transporte. Prova do crescimento dos adeptos deste veículo é o aumento dos grupos de pedal em Salvador. Há dez anos existiam apenas seis equipes na cidade, hoje são 49. A expectativa da Associação dos Bicicleteiros da Bahia (Asbeb) é que, até junho, esse número chegue a 60.

Segundo afirmou ao jornal A Tarde o coordenador da Asbeb, Maurício Cruz, o número de ciclistas associados na capital baiana chega a 25 mil. "Os usuários da bicicleta estão aumentando significativamente, e a malha cicloviária que está sendo aprimorada tem facilitado essa aceleração. O que é preciso é que as campanhas educativas, já executadas pela prefeitura, sejam intensificadas", pondera.

Bike Salvador

Uma das ações que contribuíram para esse movimento foi o Salvador Vai de Bike, programa da prefeitura municipal em parceria com a empresa Serttel e o banco Itaú que contempla 40 estações de bicicletas distribuídas em pontos estratégicos da cidade, três ciclofaixas de lazer e turismo - Comércio, Campo Grande/Centro Histórico, Parque da Cidade/Orla -, e ainda ações permanentes de educação e conscientização, realização de eventos e atividades pró-uso de bicicletas; implantação e requalificação da infraestrutura cicloviária e políticas públicas voltadas para o setor.

"As pessoas têm usado para ir ao trabalho, à escola, à faculdade, para lazer e até para fazer compras", destaca Isaac Edington, coordenador do movimento Salvador Vai de Bike.

Iniciantes

Em Salvador, o grupo Bike Anjo executa ações gratuitas voltadas para ciclistas iniciantes. Uma dessas atividades é a realização de palestra sobre condução defensiva para ciclistas, seguida de uma pedalada, na qual o grupo de novatos é acompanhado por guias para praticar o que viu na teoria.

Segundo Daniel Bagdeve, que também integra o grupo, o item mais importante para pedalar nas ruas é ter consciência de que o ciclista é a parte mais frágil na equação "carro + bicicleta" e, independentemente de estar ou não com a razão, é necessário tomar todas as precauções possíveis para reduzir o risco de acidente.

"O ciclista precisa, sobretudo, ter a humildade de colocar o pé no chão e parar a bicicleta sempre que julgar a situação arriscada e, se for necessário, buscar os direitos fazendo isso fora da bike e da rua", destaca Maurício Cruz.

Fórum permanente

O advogado João Paulo Ribeiro Júnior, 43, que também utiliza a bike como meio de transporte, acredita que um fórum permanente de ciclistas pode auxiliar e melhorar a mobilidade urbana em Salvador.

João Paulo é um dos coordenadores do grupo Mural de Aventuras, que está criando, junto a outras equipes o Fórum CicloSalvador. A primeira reunião já está agendada para 28 de março, no Solar da Boa Vista.

Para ele, é necessária a integração entre os modais, com os prédios e estabelecimentos públicos e privados, além de investimentos em ciclovias estruturantes e um fundo financeiro no orçamento público, exclusivo para o desenvolvimento da mobilidade para bicicletas.

Na ocasião, serão discutidas as principais demandas em prol dos usuários de bicicletas. "Para que Salvador seja reconhecida como uma cidade ciclável acredito que precisamos de uma lei específica que nos dê as diretrizes para alcançarmos este fim", diz João Paulo.

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