É possível viabilizar a integração dos jovens
Foto: UN Photo/Paulo Filgueiras
Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado na quinta-feira, 30 de maio, destaca o papel de crianças com deficiência na sociedade. Segundo o estudo intitulado O Estado das Crianças do Mundo 2013, que é a primeira pesquisa global do gênero, apesar de muitas serem marginalizadas e consideradas "invisíveis", as crianças com deficiência têm os mesmos direitos de outras sem deficiência.
Para o Unicef é preciso integrar todos por meio de oportunidades. Crianças que vivem com uma deficiência poderão se tornar "agentes de mudanças" e beneficiar as comunidades em que vivem. Rosângela Berman Bieler, pesquisadora da organização e especialista no tema, atentou para os desafios encontrados por essas pessoas.
"As crianças com deficiência são muito mais suscetíveis a abuso sexual, à violência. E são, muitas vezes, excluídas de suas famílias e de suas comunidades indo morar em instituições completamente afastadas da população em geral e do seu seio familiar. Isso gera, mais uma vez, invisibilidade e exclusão social", observou a especialista.
O Unicef não sabe ao certo quantos menores vivem com deficiência, mas dados de 2004 indicam 93 milhões, ou uma em cada 20 crianças com 14 anos ou menos. O diretor-executivo da agência da ONU, Anthony Lake, é possível fazer a integração dos jovens, mas para isso será preciso mudar a percepção atual, dando voz às crianças e não encarando as mesmas apenas como sujeitos de caridade.
Participação da sociedade
A organização pediu a todos os países que ratifiquem a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências, aprovada pela ONU. O objetivo do tratado é promover direitos iguais e a participação de pessoas na sociedade.
O relatório revela ainda que o custo de incluir ações de acessibilidade em novos prédios e na infratestrutura de cidades custa menos que 1% do orçamento total. Já adaptações para estruturas existentes podem custar até 20% do custo original.
Uma das propostas é a criação de um auxílio financeiro, o que já existe no Brasil, em Bangladesh, em Moçambique, no Chile e outros países, segundo o estudo.
O documento também promove a integração de crianças com deficiência em serviços públicos, escolas e no sistema de saúde. Para o Unicef, isso custa mais barato que enviar a criança para longe da família. Cuidar de menores com deficiência também põe pressão financeira nas famílias. No Vietnã, por exemplo, este custo pode ser de 9%. Na Grã-Bretanha, de 69%.
- Saiba mais sobre o documento (em inglês) -
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