Desejo para aliviar miséria é grande mas recursos são poucos, diz diretora da OMS

Foto: UN Photo/Jean-Marc Ferré

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou que o desejo para aliviar a miséria humana é grande mas é neutralizado pelos poucos recursos, pouca capacidade e muita ajuda descoordenada. A declaração foi realizada na segunda-feira, 21 de janeiro, aos membros da diretoria executiva da OMS, em Genebra.

Segundo a diretora, entre os desafios da organização estão, o envelhecimento e o aumento de peso da população, a alta dos casos de doenças crônicas não transmissíveis e a mudança climática.

Chan declarou ainda que a expectativa pública em relação ao sistema de saúde está aumentando e o orçamento diminuindo. Os custos dispararam no momento de uma austeridade global.

As desigualdades sociais estão quase no pior nível já visto nos últimos 50 anos, apesar disso, a cooperação internacional, no setor de saúde, está avançando, a exemplo do progresso na pesquisa e no desenvolvimento de novos medicamentos levados mais pela necessidade do que pelo lucro.

Avanços e cortes

Chan falou também sobre avanços no combate a outras doenças, como a tuberculose, a poliomielite, a Aids e as doenças tropicais negligenciadas. Um relatório da ONU, sobre medidas para salvar vidas de mulheres e crianças, identificou 13 prioridades que se forem utilizadas, podem salvar mais de 6 milhões de vidas até 2015.

Em relação a reforma da OMS, a diretora disse que algumas medidas já foram implementadas. E que a organização reduziu em quase mil o número de funcionários e realizou cortes em despesas de viagens e controles financeiros que geraram uma economia de mais de US$ 28 milhões, o equivalente a R$ 56 milhões.

Meningite

A diretora da OMS lembrou que em dezembro, a campanha de vacinação contra a meningite na África atingiu a marca de 100 milhões de pessoas inoculadas num prazo de dois anos.

Os casos da doença nos 10 países em que a campanha foi feita caíram de forma significativa. Os últimos dados da OMS mostram que a epidemia de meningite na África pode chegar ao fim.