O serviço de reservas on-line de hospedagem conta apenas com hotéis e pousadas sustentáveis
Foto: Reprodução BWHotels
Planejar as férias pode ser um dos momentos mais prazerosos e esperados do ano. Porém, as delícias de uma viagem de lazer podem ofuscar os impactos causados ao meio ambiente e às comunidades visitadas. Pensando nisso, algumas iniciativas estão ajudando os turistas a terem mais acesso a informação e serviços voltados ao turismo sustentável.
De acordo com o World Travel & Tourism Council (WTTC), o ecoturismo, cujo dia é celebrado nesta sexta-feira, 1º de março, já representa uma parcela de 15 a 20% do setor turístico. Este, por sua vez, já é responsável por quase 10% de todo o PIB mundial e movimentou mais de US$ 2 trilhões em todo o mundo em 2012.
Tanto investimento já chama a atenção de empreendedores do setor. É o caso de um grupo de empresários brasilienses que criou um sistema de reservas on-line de hotéis sustentáveis, o Better World Hotels.
Após quase 20 anos de trabalho no ramo hoteleiro, Rogério Brasolin Dias, diretor operacional do projeto, percebeu que não existia nenhuma agência de viagens on-line especializada em sustentabilidade no país. “Decidimos criar o Portal de Reservas On-line da Better World Hotels como uma alternativa para alavancar o fortalecimento sustentável tanto de destinos turísticos quanto de meios de hospedagem, agências de viagens e turismo”.
Através do site, é possível reservar hotéis, pousadas e similares que realizem ações sustentáveis e possuam certificados como a ISO 14001, Green Globe, Guia 4 Rodas, Associação Roteiros de Charme e Bem Receber. Segundo Dias, a BWHotels funciona da mesma forma que outras agências tradicionais, como a booking.com, decolar.com e expedia.com.
“O nosso diferencial é que todos os clientes são pessoas engajadas e empresas com gestão de sustentabilidade, além disso, toda visita em nosso site é quantificada e é feito o plantio de árvores em áreas degradadas, e 3% do valor de todas as reservas feitas pelo nosso site são revertidos para ONGs ambientais, culturais e socioeconômicas”, afirma.
O forte potencial do setor também atraiu empreendedores de Recife, capital pernambucana, que decidiram criar um site composto por notícias, dicas, guias e outra série de conteúdos sobre turismo sustentável.
Segundo Luiz Roberto de Oliveira, cofundador e diretor de comunicação e sustentabilidade do Ecopassaporte, o site ainda oferece aos leitores um aplicativo que ajuda a calcular as emissões de CO2 das viagens, além de criar o “Imposto Voluntário por um Mundo Melhor”, programa interno que repassa 5% do faturamento líquido anual da empresa a ONGs ambientais, culturais, e/ou sociais.
O grupo também está desenvolvendo um sistema de certificação voltado para empresas do trade turístico de sustentabilidade, responsabilidade social e acessibilidade. “Será o Selo Ecopassaporte - Turismo Sustentável”, projeta Oliveira.
Além das belezas naturais, o portal destaca a importância dos impactos econômicos e sociais da viagem
Foto: Reprodução Ecopassaporte
Potencial
Segundo Dias, apesar de demandar um investimento inicial até 40% maior, uma pousada sustentável chega a ter uma taxa média de ocupação de 90%, enquanto os alojamentos tradicionais se mantêm em 65%. Além disso, ele destaca que os custos de manutenção são até 30% menores. “Em resumo, significa taxa de ocupação maior, diária média maior, custo menor e longevidade e saúde financeira melhor. É um excelente negócio”, defende.
Para o diretor da BWHotels, o que hoje é um diferencial, nas próximas décadas será vital. “Quem não estiver adaptado estará completamente fora do mercado”, aponta. Ele informa que hoje, 30% dos turistas estrangeiros procuram hospedagens sustentáveis, e o índice no Brasil já ultrapassa os 15%.
Contudo, apesar das vantagens, os especialistas defendem que o desenvolvimento da área deve ser feito com atenção. “Essa exploração deve ser cuidadosamente planejada e monitorada para garantir a sua sustentabilidade e deve, inclusive, contemplar o envolvimento das comunidades locais”, reforça Oliveira.
Com a aproximação de grandes eventos internacionais, como Copa do Mundo e Olimpíadas, Dias se mostra preocupado. “Se não passarmos uma visão competente de nossa infraestrutura e exemplo de iniciativas sustentáveis, os turistas não retornarão. Hoje o boom hoteleiro aquecido pode gerar uma catástrofe imobiliária pra frente e, por isso, nada mais justo e competente do que uma gestão de sustentabilidade”, aponta.
Mas a responsabilidade não deve ficar apenas nas mãos dos que trabalham na área. Para Dias, os hóspedes podem e devem conhecer e questionar as ações desenvolvidas pelos meios de hospedagens. “Assim estarão contribuindo diretamente e indiretamente para toda a cadeia produtiva que envolve o desenvolvimento do turismo sustentável no Brasil”, conclui.
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