Poluição é um dos grandes problemas da maior cidade do Brasil
Foto: Gabriel de Andrade Fernandes
Os índices de poluição na cidade de São Paulo são duas vezes superiores ao teto aceitável, divulgou na quarta-feira, 7 de maio, a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados integram um levantamento que analisa a situação de 1,6 mil cidades.
O estudo se concentra na avaliação do material particulado fino (MP 2,5), com o maior potencial de afetar diretamente os pulmões. Para a entidade, uma cidade apenas pode considerar que tem ar limpo se apresenta uma média de no máximo 10 microgramas de MP 2,5 por metro cúbico.
Qualquer valor maior significa risco para a saúde. A OMS apontou para São Paulo a taxa de 19 microgramas em 2012, quase duas vezes o limite proposto.
Também na quarta-feira, a Cetesb divulgou relatório referente a 2013 no qual afirma que houve uma leve queda nas médias anuais do MP 2,5, em relação ao ano anterior. A pesquisa não traz um valor único para a capital, mas as médias por ponto de coleta de amostras.
A Cidade Universitária foi a que teve os menores (e menos piores) índices de São Paulo, com média anual de 15 microgramas de MP 2,5 por metro cúbico. Já Pinheiros registrou uma taxa de 18; Congonhas, de 20; Parelheiros, de 22; e a Marginal do Tietê, na altura da Ponte dos Remédios, de 27.
Meta de redução
Carlos Komatsu, gerente do departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb, reconheceu que a cidade está ainda bem longe de atingir os padrões recomendados pela OMS. Um plano de redução da poluição está previsto para ser elaborado até o meio do ano, com adoção em três anos.
Inicialmente serão colocadas três metas intermediárias, ainda inferiores ao recomendado pela OMS. Só depois de atingi-las vai tentar-se baixar ao nível ideal. De acordo com a Cetesb, as concentrações de dióxido de enxofre e monóxido de carbono registrados na Região Metropolitana ficaram entre os mais baixos da década.
Em entrevista ao EcoD em outubro de 2012, o médico Paulo Saldiva, professor da USP e especialista em poluição atmosférica, chegou a comparar a situação de São Paulo a um tumor maligno que, apesar de extremamente destrutivo, também pode ser durado. Segundo o especialista, respirar hoje na maior cidade do Brasil equivale a fumar quatro cigarros por dia.
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